Lisboa, Portugal, 23 Nov – A China está a reforçar a sua posição entre os principais parceiros comerciais de Angola, graças às crescentes importações de petróleo e apoio à construção de infra-estruturas naquele país africano, destaca um relatório do Banco Português de Investimento (BPI).
O mesmo relatório, a que o macauhub teve acesso, realça ainda que a actividade de empresas chinesas em solo angolano tem vindo a crescer, por efeito dos contratos de construção de infra-estruturas, financiados através da linha de crédito de dois mil milhões de dólares (que pode ser alargada em mais mil milhões) concedida pela China no ano passado.
“A China apresenta-se como um importante parceiro de Angola, sendo o segundo destino das exportações petrolíferas angolanas e um dos principais
financiadores do plano de reconstrução de infra-estruturas do Governo”, salienta o relatório do BPI.
A aproximação à China, adianta o documento, acontece no âmbito de “esforços diplomáticos das autoridades angolanas, no sentido de alargamento das
relações internacionais”, que levaram também à intensificação de contactos com África do Sul, Brasil e Israel.
Segundo o banco, a aproximação à África do Sul, maior economia da região, “poderá revelar-se proveitosa para a redinamização da actividade agrícola e
pecuária na zona do Planalto Central”, enquanto que Israel “proporciona parcerias valiosas para o desenvolvimento da indústria dos diamantes”.
A economia angolana deverá crescer em torno de 18 por cento ao ano no período entre 2005 e 2007, principalmente graças ao aumento da produção de “crude” e à alta dos preços do petróleo nos mercados internacionais, segundo apontam as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional.
Este organismo tem vindo a apontar como principais obstáculos ao desenvolvimento a ausência de infra-estruturas, a pobreza e o baixo nível de
qualificação da população, além da despesa pública e serviço da dívida do Estado angolano.
A produção de petróleo este ano situa-se em torno de 1,08 milhões de barris por dia, de acordo com dados de Junho, quantidade que fica abaixo das
estimativas iniciais do FMI e do Governo angolano, mas que consolida a posição do país como segundo maior produtor africano, apenas atrás da
Nigéria.
As previsões apontam para que a produção ascenda a 1,8 milhões de barris por dia em 2007, 2,1 milhões em 2008, 2,3 milhões em 2009 e 2,6 milhões em 2009.
Em Julho de 2005 entrou em funcionamento uma nova plataforma da Exxon Mobil, denominada Kizomba B, com uma capacidade de perto de 250 mil barris por dia.
A plataforma, situada no maior campo de actividade em Angola (Bloco 15), é considerada “a mais eficiente do mundo”, segundo o BPI, tendo representado
um investimento em torno de 3,5 mil milhões de dólares.
Espera-se que em breve a Exxon e o governo angolano assinem o contrato para a construção de uma quarta estrutura no Bloco 15 (Kizomba C).
A próxima estrutura a entrar em funcionamento será a da Total, no Bloco 17, atingindo os 240 mil barris por dia até 2006.
Está ainda em fase de aprovação uma nova ronda de concessões de licenças de exploração para 23 blocos na bacia do Rio Cuanza.
O BPI refere ainda que “ressurge a possibilidade de exploração de petróleo no solo da região de Cabinda, uma vez que as actividades do movimento
independentista se reduziram”. (macauhub)