Lisboa, Portugal, 14 Mar – As petrolíferas Galp, de Portugal, e Petrobras, do Brasil, vão concorrer a dois ou três blocos de águas profundas, no concurso para licenças de exploração de petróleo no Mar de Timor, revelou fonte do consórcio ao Diário Económico.

Guilherme Estrella, director de exploração da Petrobras, adiantou que as propostas a apresentar serão “todas” para “blocos de águas profundas” devido à falta de qualidade dos dados sísmicos recolhidos nas águas rasas, que, defendeu, não indicam de forma clara a viabilidade comercial.

A zona on-shore, afirmou Guilherme Estrella ao diário português, “não é especialmente interessante do ponto de vista geológico”.

O mesmo responsável acredita que o consórcio tem “grandes hipóteses” de vitória, o que a acontecer permitiria que se estabelecesse no país e alcançasse uma posição mais vantajosa para quando forem licitados “os blocos mais interessantes”.

O calendário do concurso para exploração de petróleo no Mar de Timor prevê que as propostas sejam analisadas até final deste mês.

No total, estão a concurso licenças em 11 blocos, com uma área conjunta de 28.776 quilómetros quadrados.

O relatório final ao ministro dos Recursos Naturais terá de ser entregue até 18 de Abril, e os contratos têm assinatura marcada para 20 de Maio.

Guilherme Estrella mantém ainda em aberto a possibilidade de a Petrobras vir a entrar na exploração em São Tomé e Príncipe, e afirmou que tal só não aconteceu até agora porque as condições das licenças “não eram vantajosas” em particular de preço.

Na referida entrevista, o responsável admite ainda que a petrolífera brasileira venha a utilizar as refinarias da Galp em Portugal para exportar produtos refinados para a Europa, tirando partido da parceria estratégica entre as duas empresas.(macauhub)