Maputo, Moçambique, 31 Mar – Os turistas que visitaram Moçambique em 2005 gastaram 100 milhões de dólares no país, quase o dobro do registado em 2001, de acordo com indicadores oficiais de turismo a que o Macauhub hoje teve acesso.
As despesas que os turistas efectuaram em Moçambique desde 2003, sempre acima dos 90 milhões de dólares, representam um salto relativamente aos gastos de 2001 e 2002, de 64 e 65 milhões de dólares, respectivamente, e servem para os responsáveis pelo turismo darem o crescimento do sector como consolidado.
“O crescimento do nosso turismo é evolutivo e contínuo. Cada dia que passa, assistimos ao nascimento de novos estabelecimentos, há mais quartos e camas”, disse ao macauhub Hiuane Abacar, director nacional de Promoção Turística de Moçambique.
De acordo com os indicadores disponíveis, em 2005 terão entrado mais de 700 mil pessoas em Moçambique, contra as cerca de 400 mil entradas em 2001, tendo a capacidade hoteleira crescido, desde então, cerca de 6 por cento.
Em 2003, ano a que reportam os mais recentes dados, o sector contribuiu com 2,5 por vento para o PIB de Moçambique, já muito acima dos 0,9 por cento registados em 2000, mas os responsáveis pelo turismo querem aumentar o impacto da indústria na economia do país.
As grandes apostas a curto prazo residem no aproveitamento da realização do Campeonato Mundial de Futebol de 2010 na África do Sul e, no mesmo ano, do Campeonato Africano de Futebol (CAN) a cuja organização Moçambique se candidatou.
Com cerca de três mil quilómetros de costa e tendo iniciado com êxito a recuperação de parques de fauna bravia e vida selvagem, como os do Limpopo (Sul), Gorongosa (centro) e Quirimbas (Norte), Moçambique continua a ter no turismo regional, sobretudo no sul-africano, o seu grande mercado.
No plano estratégico para o desenvolvimento do turismo para o período 2004-2013, o governo de Maputo reconheceu que “o produto turístico de Moçambique ainda é relativamente desconhecido” fora da África Austral e aponta para acções de marketing junto de outros mercados.
Entre eles, segundo Hiuane Abacar, estão os mercados europeu e chinês, este último, uma novidade no turismo do país mas que, em 2005, já contribuiu com cerca de mil entradas em Moçambique.
“Todo o mundo está com os olhos postos na China, e nós sabemos muito bem que cada vez há mais chineses em Moçambique não só turistas mas pessoas que cá vêm ver oportunidades de negócio, pelo que temos que aproveitar este movimento”, afirmou o director nacional de promoção Turística.
Recentemente, operadores de Hong Kong visitaram o país, acompanhando um movimento crescente de empresas turísticas asiáticas, sobretudo japonesas, que procuram em Moçambique um novo destino para os seus clientes.
Nos últimos anos, a situação melhorou bastante, com a reabilitação do sistema de estradas, o aumento da capacidade hoteleira, a entrada em funcionamento de uma nova companhia aérea e o estabelecimento de mais voos e rotas aeronáuticas que ligam directamente praias e parques do país a centros exteriores, como Joanesburgo e Durban.
Em 2005, Inhambane anunciou um aumento de 420 mil dólares no investimento no turismo, em relação ao ano anterior, correspondendo a uma maior oferta de quartos e de camas na província, que já conta com 296 estabelecimentos hoteleiros.
A nível nacional, Moçambique passou de 10.500 camas em 2000 para as actuais 15 mil, tendo dobrado o número da oferta por estabelecimentos com categoria de três, quatro e cinco estrelas. (macauhub)