Luanda, Angola, 10 Mai – A Sonangol Sinopec International (SSI), com capitais angolanos e chineses, está disposta a pagar 2,2 mil milhões de dólares pela concessão da exploração petrolífera nas áreas remanescentes dos blocos 17 e 18, ao largo da costa de Angola.
A SSI, uma “joint-venture” entre a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e a China Petrochemical Corporation (Sinopec), concorreu às duas concessões, apresentando para cada uma delas uma proposta de 1,1 mil milhões de dólares como bónus de assinatura.
Os valores foram conhecidos ao princípio da noite de terça-feira em Luanda, na cerimónia de abertura das propostas para os concursos para novas concessões de exploração petrolífera em áreas remanescentes dos blocos 17 e 18, ambos em águas profundas.
As reservas petrolíferas do Bloco 17 estão estimadas em cerca de mil milhões de barris, enquanto as reservas do Bloco 18 podem atingir, segundo as estimativas, cerca de três mil milhões de barris.
A SSI, criada recentemente no âmbito do acordo para o financiamento da construção da Refinaria do Lobito, pretende assumir a totalidade do capital em cada uma das novas concessões, propondo um programa que prevê a abertura de 10 poços de pesquisa.
A proposta da SSI, que estabelece um novo recorde mundial neste tipo de concursos, inclui ainda um investimento de 100 milhões de dólares em projectos de natureza social.
No total, foram apresentadas 19 propostas para as duas novas concessões, sendo a Falcon Oil, a Vudes e a ESSO, além da SSI, as únicas empresas que se candidataram aos dois blocos.
Para a área remanescente do Bloco 17, a petrolífera francesa Total apresentou uma proposta de 670 milhões como bónus de assinatura, pretendendo assumir a totalidade do capital desta concessão.
Ainda para este concurso, apresentaram propostas a Partex Oil and Gás (600 milhões de dólares) e a Prodoil (400 milhões de dólares), entre outras empresas.
Relativamente à área remanescente do Bloco 18, a brasileira Petrobras apresentou uma proposta de 276,5 milhões de dólares como bónus de assinatura, enquanto a proposta da norte-americana Chevron ascende a 272 milhões de dólares, situando-se todas as outras em montantes inferiores.
A Sonangol é a concessionária dos direitos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos em todo o território angolano.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África sub-saariana, atrás da Nigéria, produzindo actualmente cerca de 1,4 milhões de barris por dia.
As reservas petrolíferas do país estão estimadas em cerca de 12 mil milhões de barris, encontrando-se a zona marítima angolana dividida em 74 blocos de exploração, em águas rasas, profundas e ultra-profundas, dos quais apenas cerca de três dezenas estão actualmente em operação.
As estimativas dos responsáveis angolanos apontam inicialmente para uma produção petrolífera de dois milhões de barris diários em 2008, mas este valor poderá ser atingido durante o próximo ano na sequência do início da exploração de novos poços. (macauhub)