Porto, Portugal, 19 Mai – A escassez de quadros técnicos médios e superiores é o principal problema dos portos dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste, afirmou quinta-feira Xavier Alphaise, responsável das Nações Unidas para o sector.

“As dificuldades existem em toda a fileira portuária, mas a tarefa mais urgente é formar quadros técnicos médios e superiores”, disse o responsável pela área da Formação para o Desenvolvimento de Infra-estruturas da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED).

Xavier Alphaise falava no Centro de Formação do Porto de Leixões, onde se realizou a reunião de especialistas em formação de quadros portuários organizada conjuntamente pela CNUCED e pelo Porto de Leixões, para avaliar as necessidades de formação nos portos dos países lusófonos.

No encontro, que decorreu no quadro do programa de colaboração do Porto de Leixões com aquele departamento das Nações Unidas, estiveram presentes representantes dos portos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste.

“As situações são diferentes nos diversos países lusófonos, com os países mais pequenos a lutar com problemas de escala, como acontece em São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, enquanto nos maiores, como Angola e Moçambique, as dificuldades advêm do facto de terem saído de situações de grande instabilidade”, disse Xavier Alphaise.

O responsável das Nações Unidas referiu que o caso de Timor-Leste é mais delicado ainda, já que se depara simultaneamente com as dificuldades decorrentes da instabilidade política, com os problemas de escala devidos à reduzida dimensão do seu território e com a distância a que se encontra dos restantes países de língua oficial portuguesa.

Cabo Verde constitui a excepção, uma vez que já se encontra avançado na formação de quadros portuários, estando mesmo na disponibilidade de ceder formadores para aos restantes países lusófonos. (macauhub)