Cidade da Praia, Cabo Verde, 01 Jun – O Banco Mundial (BM) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vão continuar a conceder empréstimos a Cabo Verde após a classificação do arquipélago como País de Desenvolvimento Médio (PDM), prevista para 2008.
A afirmação é do ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Victor Borges, no decurso de uma conferência de imprensa após dois dias de reunião com os parceiros internacionais onde esteve em cima da mesa a elaboração de uma estratégia de transição suave de País Menos Avançado (PMA) para PDM.
A decisão de fazer Cabo Verde subir um patamar na escala que define o desenvolvimento dos países do Conselho Económico e Social (ECOSOC) da ONU foi fruto de uma resolução das Nações Unidas em 2004.
Esta graduação vai ter implicações consideradas “sensíveis” para a economia cabo-verdiana e crescimento, tanto pelo governo de Cabo Verde como pelos seus parceiros internacionais para o desenvolvimento.
No entanto, a decisão do BM e do BAD, dois dos principais parceiros de Cabo Verde poderá, de acordo com Victor Borges, minimizar o impacte da transição de PMA para PDM em 2008.
Após os dois dias de trabalhos com os parceiros internacionais, que tiveram lugar na terça e quarta-feira na Cidade da Praia, foi constituído um grupo de apoio à transição.
Este grupo é integrado pelos principais parceiros de Cabo Verde: Portugal, EUA, Espanha, França, Holanda, Áustria e República Popular da China, e ainda o BM, o BAD, a União Europeia e o sistema das Nações Unidas no país.
O grupo terá como objectivo, explicou Borges, reflectir e elaborar propostas que permitam a Cabo Verde um período de transição sem impacte negativo no seu crescimento e desenvolvimento.
Um dos “riscos” inerentes à condição de PDM é a diminuição substancial das benesses concedidas pelas instituições financeiras internacionais que, ao longo das últimas décadas, permitiram a Cabo Verde consolidar uma posição no topo do Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para África.
Em causa estão as baixas taxas de juro praticadas bem como os longos períodos de amortização das dívidas e ainda os períodos alargados de carência que podem chegar a uma década. (macauhub)