Novo governador do Banco Central de São Tomé dá prioridade à confiança empresarial

7 July 2006

São Tomé, São Tomé e Príncipe, 07 Jul – O novo governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, Arlindo Carvalho, que esta semana tomou posse, vai dar prioridade ao aumento da confiança empresarial e à obtenção do perdão da dívida externa do arquipélago.

A cerimónia de tomada de posse, no Palácio do Governo, serviu para o primeiro-ministro enfatizar a necessidade de que sejam criadas condições para que São Tomé conclua até final do ano o programa de redução de endividamento (HIPC, na sigla em inglês) do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, relata o diário Tela Non.

O governo, disse o chefe do executivo, Tomé Vera Cruz, “espera que tudo seja feito de modo a contribuir para que o desempenho financeiro do país conduza inevitavelmente ao ponto de conclusão [do HIPC], ao longo dos próximos 6 meses, por forma a que São Tomé beneficie do perdão da dívida externa”.

A dívida externa são-tomense está actualmente avaliada em 300 milhões de dólares, fazendo com que o serviço da dívida seja um dos grande consumidores das receitas do Orçamento de Estado.

De acordo com dados recentes do Banco Mundial, São Tomé é o mais endividado dos países de língua oficial portuguesa, com uma dívida externa nominal total equivalente a 1.655 por cento das suas exportações de bens e serviços, considerando a média do período 2002 a 2004.

Ainda na cerimónia de tomada de posse, o novo governador traçou como objectivo “garantir o permanente reajustamento dos mecanismos de gestão do sistema financeiro”, nomeadamente “a gestão de equilíbrio de diferentes preços, taxas de juro, taxa de câmbio e taxas de impostos”.

Estes indicadores, afirmou, “concorrem para a sustentabilidade e crescimento dos níveis de actividade económica e consequentemente a redistribuição equitativa de novos níveis de rendimento social”.

Entre as principais prioridades traçadas por Arlindo Carvalho estão a mobilização da confiança dos agentes económicos, através de políticas macro-económicas ponderadas e análise e divulgação dos indicadores económicos do arquipélago.

O novo governador, economista de profissão, assumiu ainda o objectivo de introduzir novos sistemas de pagamento no sistema financeiro são-tomense.

Arlindo Carvalho vem substituir Maria do Carmo Silveira, ex-primeira ministra, exonerada no mês passado devido a alegadas irregularidades nas obras de construção do novo edifício do Banco Central, avaliadas em 8 milhões de dólares.

O cargo de vice-governador do Banco Central foi entregue a Edite Diogo Afonso Soares, referida pelo diário Tela Non como independente.

Os três novos administradores do banco são Álvaro Santiago, antigo ministro da Educação ligado ao partido ADI (Acção Democrática Independente), Elsa Barros Pinto, ex-ministra da Justiça e membro de direcção do MLSTP/PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata) e Luiz Moreira de Sousa, independente. (macauhub)

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