Grupo sul-africano anuncia produção de 280 mil toneladas de açúcar em Moçambique

21 July 2006

Maputo, Moçambique, 21 Jul – O grupo sul-africano Tongaat-Hulett, que explora duas açucareiras em Moçambique, anunciou esta semana que poderá atingir o objectivo de produzir no país 280 mil toneladas de açúcar em 2006, mais do dobro do alcançado no último ano.

A concretizar-se, este valor representa um substancial aumento na sua produção combinada de açúcar que já tinha passado de 35 mil toneladas em 2001 para 115 mil em 2005.

O grupo Tongaat-Hulett, baseado na cidade sul-africana de Durban, detém 49 por cento do capital da Açucareira de Xinavane, na província de Maputo, e 75 por cento em Mafambisse, no centro de Moçambique, operações que de acordo com o seu director executivo, Peter Staude, estão em “grande expansão”.

O anúncio foi feito durante a apresentação provisória dos resultados semestrais do grupo, que deverão registar lucros de 297 milhões de rands (cerca de 50 milhões de dólares), contra 208 milhões de rands verificados no mesmo período de 2005.

A exploração de açúcar e o imobiliário estiveram na base dos bons resultados da empresa que se afirmou atenta ao estatuto de nação menos desenvolvida que Moçambique irá obter junto da União Europeia em 2009.

Esta nova situação, que permitirá nesse ano o livre acesso do açúcar moçambicano ao mercado europeu, está a provocar grandes movimentações por parte de gigantes multinacionais do sector que olham com renovado interesse as explorações que operam no país.

Já este mês, a esmagadora maioria dos accionistas do grupo sul-africano Illovo, que explora a açucareira da Maragra, nos arredores de Maputo, aprovou a entrada no seu capital dos britânicos da Associated British Foods (ABF), uma das maiores empresas do Mundo do sector.

Com um investimento de 3.8 mil milhões de rands, os britânicos ganharam a corrida aos franceses da Tereos – Union des Cooperatives Agricoles, que já estão presentes na açucareira de Marromeu, na província de Sofala, centro de Moçambique, onde controlam 50 por cento dos 78 por cento da empresa privatizados pelo governo do país.

A Illovo (“elefante”, em zulu) é a maior empresa de açúcar de África e, além de Moçambique, está presente no Malawi, Tanzânia e Zâmbia, todos países que irão beneficiar do livre acesso ao mercado europeu a partir de 2009.

União Europeia, Estados Unidos e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral são os principais destinos da produção de uma indústria que em Moçambique emprega directamente 26 mil trabalhadores e, mais quatro mil em apoio ao sector. (macauhub)

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