Inhambane, Moçambique, 24 Jul – O governo moçambicano vai lançar um concurso internacional para um projecto de turismo integrado em Inhambane, a província de Moçambique de maior crescimento turístico, disse ao Macauhub fonte provincial.

“Pretendemos atrair grandes investimentos com operadores com capacidade técnica e financeira e também com experiência na gestão de turismo integrado para projectos que incluam as comunidades locais”, exemplificou o director provincial de turismo de Inhambane, Assane Muatxiwa.

O concurso será lançado ainda durante este ano e inclui projectos para zonas de hotelaria, restauração, campo de golfe e “outras actividades que contribuam para o desenvolvimento das comunidades e a manutenção do eco-sistema”.

A área afectada ficará situada na praia da Rocha, uma estância balnear ainda selvagem mas já bastante perto das movimentadas praias do Tofo e do Tofinho, cujo desenvolvimento é um exemplo que as autoridades provinciais e nacionais de turismo recusam seguir.

“Ao longo da nossa costa e ao longo do tempo houve um desenvolvimento não integrado que não obedeceu às regras do desenvolvimento sustentado do turismo”, admitiu Muatxiwa, referindo-se à degradação de praias e partes da costa de Inhambane, onde o primeiro europeu, Vasco da Gama, aportou em 1498.

Referência turística na África Austral, Inhambane quer manter hoje a imagem que o navegador português lhe colocou há 500 anos – “A terra da boa gente” – transformando-a no slogan que já a identifica em muitos cantos do Mundo.

“Temos gente de muitos países que vem aqui atraída por essa história de Vasco da Gama ter dito que Inhambane era a terra da boa gente. A verdade é que somos uma província acolhedora e, por outro lado, temos uma cultura muito forte na gastronomia e na história da cidade, que é a segunda mais antiga de Moçambique em edificação em cimento”, adiantou o director provincial de Turismo.

Cidade elegante e surpreendentemente preservada, Inhambane tem no turismo a sua principal riqueza aproveitando não só as magníficas praias em seu redor e as do arquipélago de Bazaruto, a Norte, como a rica fauna marítima que inclui baleias, tubarões, golfinhos e tartarugas, entre outros.

Em Março deste ano a província registava a existência de 310 estabelecimentos e empresas turísticas, com particular incidência em Inhambane e Vilanculos (a povoação, no continente, fronteira a Bazaruto) mas até ao final do ano o número deverá subir para 326 investimentos.

Na cidade funciona uma das duas escolas superiores de turismo de Moçambique, o que diz da importância para a província de um sector que ali emprega quase três mil pessoas. (macauhub)