Lisboa, Portugal, 27 Jul – A Portugal Telecom está à procura de novos alvos de aquisição na África sub-saariana, depois de ter concretizado esta semana a compra de um terço do capital da “telecom” namibiana, revelou o administrador da divisão internacional da operadora portuguesa.

João Pedro Baptista, em entrevista à agência Bloomberg, afirmou quarta-feira que Angola e Moçambique, em particular, são mercados que apresentam “muito potencial de crescimento”, principalmente agora que têm uma situação política e social estabilizada.

As operações da Portugal Telecom nestes dois países, juntamente com a do Botsuana, têm sido “muito bem sucedidas”, ente as sete que a operadora portuguesa tem em África, referiu o mesmo responsável.

No ano passado, as operações da PT em África, que incluem a rede móvel, fixa, páginas amarelas e serviços de “pay-tv”, registaram mais de cinco milhões de subscritores e geraram receitas de perto de 840 milhões de euros.

A PT vai adquirir por 1,02 mil milhões de dólares da Namíbia (113,9 milhões de euros) uma participação de 34 por cento na operadora de comunicações móveis MTC, segundo divulgou na terça-feira esta empresa namibiana.

O anúncio marcou o fim do processo de negociações que decorria desde Março, quando a PT ganhou o concurso de privatização da MTC, ao qual tinham concorrido mais quatro empresas, entre elas a MTN, a maior empresa africana de telecomunicações móveis cotada.

Agora, segundo João Pedro Baptista, a operadora está “à procura de oportunidades desde o sul de África até ao rio Níger, em países que são social e politicamente estáveis”, com o objectivo de crescer ainda mais no mercado africano.

A principal operação da PT em África é actualmente a operadora móvel angolana Unitel.

Relatos da imprensa portuguesa dão conta de que os accionistas da Unitel querem que a PT lhes venda a participação de 25 por cento que detém.

As duas empresas estão actualmente unidas em consórcios, liderados pela PT, com o objectivo de se expandirem nos mercados regionais, em particular na República Democrática do Congo, operação que deverá arrancar nos próximos meses. (macauhub)