São Paulo, Brasil, 20 Set – Os avanços nas economias da China e da Índia são positivos para a América Latina ao criar oportunidades para o desenvolvimento da região, lê-se num relatório do Banco Mundial divulgado esta semana.
De acordo com o estudo, o crescimento asiático, entre outros benefícios, aumenta a procura por produtos básicos, como a soja e o cobre sul-americanos, e possibilita aos países da América Latina e das Caraíbas a compra de produtos mais baratos provenientes da China e da Índia.
Por isso, de acordo com o relatório Latin America and the Caribbean’s Response to the Growth of China and India: Overview of Research Findings and Policy Implications (A Resposta da América Latina e das Caraíbas ao Crescimento da China e da Índia: Visão Geral dos Resultados da Pesquisa e das Implicações sobre Políticas) é enganosa a percepção de que os dois países asiáticos estão ocupando o espaço da América Latina nos mercados mundiais.
“O forte crescimento da China e da Índia não representa um jogo de soma zero para a América Latina e as Caraíbas”, afirmou Guillermo Perry, economista-Chefe do Banco Mundial para a América Latina e as Caraíbas e um dos autores do texto.
“De modo geral, os efeitos regionais da maior presença das duas economias asiáticas têm sido positivos, mas os países da região ainda não estão a obter todos os benefícios do rápido crescimento dos mercados na China e na Índia”, diz Perry.
Embora destaque os ganhos, o Banco Mundial aponta que alguns sectores e sub-regiões estão a ser afectados negativamente pelo rápido crescimento da China e da Índia, em particular no México e na América Central. Entre esses sectores estão as máquinas eléctricas e industriais, electrónica, equipamento de transporte e têxteis.
Porém, o estudo recomenda que os países latino-americanos não busquem mecanismos de protecção para as suas indústrias.
“Em vez de responder a esses desafios com políticas proteccionistas, a região deveria adoptar estratégias ofensivas para beneficiar dos efeitos positivos”, diz Perry.
Além da educação e da inovação, o relatório sugere que os governos na América Latina e nas Caraíbas apoiem as políticas que facilitam o desenvolvimento rural e as indústrias baseadas em recursos naturais, para ajudar as economias a responder melhor ao aumento de preços e à procura por produtos básicos. (macauhub)