Maputo, Moçambique, 11 Out – A empresa tanzaniana Mohammed Enterprises Tanzania, Ltd (METL) adquiriu a falida empresa têxtil Texmoque, na cidade de Nampula, por 1,2 milhões de dólares tendo os documentos sido assinados segunda-feira em Maputo.

Assinaram pelo Estado moçambicano Silvestre Sechene, do Instituto de Gestão das Participações do Estado, e pela METL o seu director executivo, Mohammed Dewji, que prometeu que a empresa que dirige vai investir 20 milhões de dólares na aquisição de novo equipamento prevendo-se que a fábrica retome a produção em 2007.

A Texmoque, que já foi a maior empresa têxtil no centro de Moçambique mas que se encontrava paralisada há anos, foi detida em 70 por cento pelo Multiplier Group, do empresário português Frederico Magalhães, e pelo governo moçambicano, no restante capital.

O empresário português desfez-se do empreendimento em 2003, alegando a inviabilidade económica da fábrica, face à crise que o sector têxtil moçambicano vive.

O processo de reprivatização da Texmoque a favor da METL foi iniciado em 2003, mas foi interrompido devido a alegações de corrupção levantadas por uma empresa moçambicana, Grupo Gulamo, que também estava interessada na aquisição daquela firma têxtil.

De acordo com essas alegações, divulgadas num jornal de Maputo, para ficar com a Texmoque, a METL subornou em cerca de 40 mil euros o director do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), Silvestre Sechene, que conduziu a alienação da firma, e o seu presidente, Daniel Tembe.

Na sequência dessas acusações, os dois dirigentes do IGEPE processaram o jornal que noticiou tais informações, num processo que ainda corre nos tribunais. (macauhub)