Ministro das Finanças de Angola diz que desempenho do sector bancário coincide com expectativas do Governo

13 October 2006

Luanda, Angola, 13 Out – O ministro das Finanças, José Pedro de Morais, afirmou quinta-feira, em Luanda, que os resultados positivos obtidos pela banca angolana nos últimos dois anos, e citados no estudo da Deloitte Angola, coincidem com a expectativa do Plano do Governo sobre a ampliação do crédito à economia.

De acordo com o governante, que falava na sessão de abertura da apresentação do referido estudo, os lucros da banca – obtidos num país com indicadores sociais baixos, em reconstrução e em relançamento económico – foi proporcionado, maioritariamente, pela aplicação das disponibilidades financeiras da banca em Títulos do Tesouro e do Banco Central.

Pedro de Morais destacou ainda a rentabilidade do sector, suplantando os mercados dos Estados Unidos, África do Sul, Portugal e Brasil.

Falando de dívida pública, o ministro disse não ser já necessária a emissão de Títulos do Tesouro de curto prazo para financiar crises de tesouraria ou o aumento rápido das reservas externas do país, que deu lugar à emissão de Títulos do Tesouro de longo prazo, voltado para o financiamento de projectos estratégicos de infra-estruturas económicas e sociais.

De acordo com Pedro de Morais, nos últimos três anos registaram-se avanços no domínio macroeconómico e nas finanças públicas, criando condições para uma redução da inflação, fortalecimento das reservas externas do país e a ampliação dos negócios.

A inflação desceu dos 105 por cento, em 2002, para 7,54 por cento nos primeiros nove meses de 2006, um resultado próximo da meta de 10 por cento estabelecida para este ano.

Ao mesmo tempo, o país acumulou reservas externas suficientes para restabelecer os rácios de segurança e solvabilidade da economia nas suas relações económicas e financeiras com a comunidade internacional, disse.

Com esse cenário, segundo o ministro, os negócios privados podem ser desenvolvidos num ambiente de segurança económica, a salvo dos riscos de perdas com a inflação ou com a volatilidade das taxas de juro e de cambio.

O estudo, realizado em parceria com a Associação Angolana de Bancos (Abanc), descreve a banca angolana como sendo um “sistema em revolução”, fruto de um cenário macroeconómico favorável, com um elevado crescimento, forte liquidez do kwanza (moeda nacional), redução da inflação e baixa nas taxas de juro.

O trabalho da Deloitte responde a questões importantes sobre o sector e apresenta indicadores comparativos com os mercados financeiros da África do Sul, EUA, Portugal e Brasil, tendo sido compiladas, para o efeito, informações financeiras de mais de mil bancos, incluindo os 12 angolanos. (macauhub)

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