São Tomé, São Tomé e Príncipe, 10 Nov – Uma delegação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional encontra-se em São Tomé e Príncipe para analisar o cumprimento das exigências apresentadas para o perdão da dívida externa do arquipélago.
Avaliada em mais de 300 milhões de dólares, a dívida externa de São Tomé e Príncipe já esteve para ser perdoada em Setembro passado mas manteve-se devido ao incumprimento da execução da reforma tributária e da criação de um tribunal arbitral.
Estas exigências apenas recentemente foram materializadas depois de o governo local ter sido ameaçado de exclusão do Programa para os Países Altamente Endividados (HIPC, na sigla em inglês).
Aken Kouwennaar, chefe da delegação do BM e do FMI que permanecerá 15 dias nas ilhas para conversações oficiais, afirmou que São Tomé e Príncipe “é vítima” de factores exógenos que acabam por provocar a subida abrupta da inflação com consequências negativas junto a população.
“Vamos analisar o impacto das medidas orçamentais e monetárias que foram tomadas, se deram resultados satisfatórios em 2006. A inflação e a subida dos preços fazem aumentar a pobreza. O rendimento das pessoas reduz significativamente, daí a necessidade de acções para reduzir a inflação”, frisou.
Acrescentou que há convergência de ponto de vista com o Governo, no que concerne às medidas que deverão ser adoptadas para reduzir a inflação.
Por seu turno, a vice-primeira-ministra e ministra do Plano e Finanças de São Tomé e Príncipe, Maria Torres, disse no final duma reunião com a delegação do BM e do FMI que “o perdão da dívida externa não vai aliviar a vida aos são-tomenses que vão ter que continuar a apertar o cinto”.
“Vai sim libertar recursos que, deixando de ser usados no pagamento da dívida, passarão a ser investidos de forma a gerar riqueza”, adiantou. (macauhub)