Comércio entre o Brasil e a China mais do que duplicará até 2010, prevê Câmara de Comércio

9 January 2007

São Paulo, Brasil, 09 Jan – O comércio entre o Brasil e a China deverá passar dos 16,4 mil milhões de dólares registados em 2006 para 35 mil milhões em 2010, disse à Macauhub o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang.

“Os mercados dos gigantes da Ásia e da América do Sul estão em expansão e, considerando a evolução de 1999 para cá, não está é irreal estimar esse valor (35 mil milhões de dólares)”, acrescentou ele ao comentar resultados e perspectivas das relações comerciais sino-brasileiras.

Em 1999, as trocas comerciais entre o Brasil e a China ascendiam a 1,5 mil milhões de dólares. No ano passado, esse montante foi multiplicado por 11 passando para os mencionados 16,4 mil milhões de dólares.

Para Tang, o fluxo comercial vai continuar a crescer significativamente, nos dois sentidos, nos próximos anos. Além da expansão econômica dos dois países, o representante da CCIBC destaca políticas internas chinesas que favorecem o consumo e a recente alta nas importações brasileiras como alavancas para o incremento no comércio bilateral até 2010.

Em 2003, as exportações chinesas para o Brasil totalizaram 2,1 mil milhões de dólares. A partir de 2004, com a valorização do real frente ao dólar, as compras brasileiras intensificaram-se e em 2006 a importação brasileira de produtos chineses saltou para 7,9 mil milhões.

Ao lado da trajectória crescente nas compras brasileiras, “o consumo da China também cresce”, destaca Tang, para quem que a actual política chinesa de inclusão e de distribuição mais equitativa do rendimento deve elevar a procura por produtos importados.

Para 2007, o líder da CCIBC vislumbra potencial de novos negócios entre chineses e brasileiros no sector do açúcar e do álcool.

A grande oferta brasileira de álcool e açúcar e o alto consumo de energia na China, somados à busca pela redução da poluição por parte do governo chinês, indicam um cenário positivo para o sector.

Outro segmento importante para o aprofundamento das relações económicas entre Brasil e China é, na avaliação de Tang, a indústria.

“Empresários brasileiros devem continuar a comprar fábricas na China”, prevê o representante da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, colocando como razão para essas aquisições os “altos custos para a produção no Brasil”. (macauhub)

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