Pequim, China, 31 Jan – O primeiro-ministro português, José Sócrates reune-se hoje em Pequim com o seu congénere chinês Wen Jiabao no segundo dia de uma visita oficial de cinco dias que o levará igualmente a Xangai e Macau.
José Sócrates esteve também presente hoje no Fórum de Cooperação Económica Portugal/China 2007 que reune empresários dos dois países.
Após o encontro entre Sócrates e Wen Jiabao está agendada uma cerimónia de assinatura de acordos entre os executivos de Lisboa e Pequim.
Ao chegar na terça-feira a Pequim, José Sócrates disse que a presença de Portugal na União Europeia e as suas ligações históricas a África motivam o interesse da China em desenvolver relações políticas com as autoridades portuguesas.
“Portugal tem interesse em desenvolver relações políticas com a China. Mas a China também tem interesse em desenvolver relações connosco, porque Portugal está na União Europeia, tem ligações privilegiadas a África e possui um papel de relevo nas principais instituições internacionais”, sustentou José Sócrates.
José Sócrates referiu igualmente que a sua visita à China se “destina a preparar a presidência portuguesa da União Europeia”, que se inicia no segundo semestre deste ano.
“Há assuntos em negociação”, observou, numa alusão à cimeira entre a União Europeia e a China, que se realiza em Pequim em Novembro próximo.
Além das relações políticas, o primeiro-ministro sublinhou o objectivo de Portugal aprofundar as suas relações económicas com a China, considerando que se trata de um país “que tem tido nos últimos anos um desempenho económico notável”.
“No espaço de alguns anos, queremos duplicar as nossas exportações para a China e, para tal, queremos um melhor relacionamento político e uma diplomacia mais eficiente”, disse.
De acordo com dados do executivo português, até Outubro passado, para o mercado constituído pela República Popular da China, Macau e Hong-Kong, as exportações nacionais registaram um crescimento de 30 por cento.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal mostram que, ao longo dos últimos cinco anos, as exportações portuguesas para a China registaram uma evolução positiva.
Em 2005, as exportações portuguesas atingiram 170,6 milhões de euros, o que representou um aumento de aproximadamente 69 por cento face ao ano anterior.
No entanto, Portugal representa um lugar pouco relevante no contexto dos fornecedores da China, ocupando em 2005 a 64ª posição com uma quota de mercado de 0,05 por cento.
Em termos de balança comercial, o INE refere que o saldo é tradicionalmente desfavorável a Portugal, tendo aumentando significativamente em 2004, 2005 e no primeiro trimestre de 2006, atingindo mais de 116 milhões de euros.(macauhub)