Lisboa, Portugal, 05 Mar – O aumento do comércio com a China é uma oportunidade para os países africanos desenvolverem mercados regionais, apesar de ser cada vez mais sensível politicamente, defendeu o director do Instituto de Estudos Estratégicos sul-africano (ISS).
“Os países africanos não podem competir com os produtos manufacturados chineses, mas se criarem mercados internos de maior dimensão, através de zonas de comércio livre, pode haver potencial a longo prazo”, afirma Jakkie Cilliers, num artigo publicado quinta- feira à noite.
“África precisa de comércio, não de ajuda humanitária. A China, com todo o seu interesse próprio imediato, está a criar justamente isso – comércio”, diz.
O director executivo do ISS salienta, contudo, que o desenvolvimento através do crescimento económico obriga a uma “abordagem ampla” e a “suplantar barreiras internas, como o eficiência da despesa pública” dos países africanos.
Dados oficiais indicam que o comércio entre a China e África quadruplicou entre 2000 e 2005, para 39,7 mil milhões de dólares.
O objectivo das autoridades chinesas é mais do que duplicar este valor até 2010, atingindo 100 mil milhões, acima do valor das trocas com os Estados Unidos.
Angola, em particular, é já um dos principais fornecedores de petróleo à China, juntamente com o Sudão. (macauhub)