Lisboa, Portugal, 22 Mar – Dois promotores imobiliários portugueses, Design Resorts e grupo Sacramento Campos, vão investir 950 milhões de euros na construção de estâncias turísticas com campo de golfe na Ilha de Santiago, Cabo Verde.
Francisco Mendonça, da Design Resorts, disse à agência noticiosa portuguesa Lusa que o empreendimento Ponta Bicuda começará a ser construído em Novembro, para ser concluído no final de 2009, e já está a ser comercializado desde finais do ano passado, com prioridade para o mercado britânico.
No Reino Unido e Irlanda, que no conjunto representam perto de 40 por cento das vendas mundiais de segunda habitação, sobretudo no sul da Europa, “tem crescido muito a apetência por Cabo Verde”, que já está “entre os principais destinos turísticos”, adiantou Mendonça.
O Ponta Bicuda, a curta distância do novo aeroporto internacional da ilha “capital”, nem é dos maiores a serem desenvolvidos no arquipélago, mas “posiciona-se acima dos outros, é um cinco estrelas”, diz o responsável da Design Resorts.
O “resort” de 65 hectares e quatro quilómetros de costa, é promovido pela sociedade Vilas Oceânicas, que junta a Design Resorts e o empresário cabo-verdiano José António Teixeira, ex-sócio da maior promotora imobiliária do país, a Tecnicil.
O investimento total previsto no Ponta Bicuda é de 200 milhões de euros, incluindo seis unidades hoteleiras e três áreas residenciais, num total de 1.300 casas, além de áreas de lazer, serviços e comércio.
O projecto do grupo Sacramento Campos, um dos maiores distribuidores de materiais de construção em Portugal, prevê um investimento total de 750 milhões de euros, nos próximos sete anos.
Carlos Almeida, administrador do grupo, adiantou que a segunda fase do Santiago Golf Resort (SGR) será lançada até final de Abril, prevendo 230 lotes para moradias e apartamentos turísticos, com uma área média de 1.000 metros quadrados cada.
A maior parte do investimento deverá ser realizada na terceira fase, em 2008, para quando está prevista a construção de uma marina, para 180 embarcações, campo de golfe e hotéis, além de moradias e apartamentos.
O sector do turismo tem vindo a ganhar peso na entrada de receitas e divisas estrangeiras na economia cabo-verdiana, constituindo actualmente uma das principais apostas do governo para o desenvolvimento.
Os últimos dados disponíveis do Banco de Cabo Verde (BCV) indicam que em 2005 a procura turística no arquipélago aumentou mais de um quarto, ritmo cerca de cinco vezes superior ao registado no ano anterior, atingido receitas de 9.565 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 87 milhões de euros). (macauhub)