Cidade da Praia, Cabo Verde, 16 Abr – O secretário-geral adjunto da ONU Carlos Lopes instou sábado os países africanos a estarem atentos para poder beneficiar do interesse que o Brasil e a China vêm a demonstrar em relação ao continente.
Carlos Lopes, que é também director-geral da UNITAR (Instituto das Nações Unidas para a Formação e Investigação), adiantou que o Brasil e a China têm estratégias “muito específicas” em relação a África, pelo que é necessário muita atenção para beneficiar dessas duas estratégias.
O responsável falava sexta-feira na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, onde participou na 33ª Assembleia-geral do Distrito 9100 da Rotary International, que reuniu na Praia cerca de 400 delegados de 14 países da África Ocidental.
Durante a comunicação que apresentou , “A África entre a China e o Brasil”, Carlos Lopes defendeu que os africanos devem centrar a sua atenção neste mercados emergentes, que cada vez mais procuram África como destino dos seus investimentos.
De acordo com Carlos Lopes, este movimento leva a que baixe o peso da dívida dos países africanos. Da parte asiática há também, disse, uma procura de matérias-primas africanas, num continente onde há países atualmente com “taxas de crescimento promissoras”.
Embora as relações com a Europa e com os Estados Unidos estejam a ser desenvolvidos há mais tempo, Carlos Lopes afirmou que se está a viver em relação à China e ao Brasil um movimento diferente a nível econômico, com tendências de comércio e de investimento também diferentes.
No entender de Carlos Lopes a Índia vem logo a seguir no grupo de novos países com investimentos em África, um país que começa a ter uma importância grande nos investimentos no continente e cuja tendência é a de aumentar.
Para Carlos Lopes, no “braço de ferro” entre o Brasil e a China é o primeiro que começa a perder terreno em relação ao “gigante” asiático. (macauhub)