São Paulo, Brasil, 18 Set – As empresas brasileiras estão a viver uma “febre de África”, com o aumento de investimentos em vários países do continente, escrevia domingo o jornal Folha de São Paulo.
Empresas de sectores como energia, construção civil, minerais, vestuário, calçado e alimentos estão a ampliar parcerias “num dos mais rentáveis, promissores e concorridos espaços do mercado global”, salienta o jornal.
As triocas comerciais entre o Brasil e a África aumentaram de 3,5 mil milhões de dólares, em 1997, para 15,6 mil milhões de dólares, no ano passado.
A ofensiva das empresas brasileiras tem como objectivo recuperar o espaço que já foi do Brasil na década de 1970, mas abandonado posteriormente.
Grandes empresas, como Petrobras, Vale do Rio Doce e as construtoras Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, estão a expandir as suas operações, nomeadamente em Angola e Moçambique.
“Não participar desses movimentos estratégicos pode colocar as empresas brasileiras à mercê da desestabilização de suas condições de inserção competitiva no mercado mundial”, disse o presidente da Vale do Rio Doce.
Roger Agnellli salientou ainda que a África é actualmente um palco de disputa em escala global por acesso a matérias-primas.
O jornal destaca as projecções do Fundo Monetário Internacional de que a economia africana deverá registar um crescimento de 6,2 neste ano, com destaque para Angola, com um aumento de 19 por cento.
A tecnologia brasileira para a produção de biocombustíveis deverá abrir mercado para empresas, nomeadamente em Moçambique e Nigéria, cujos governos já demonstraram interesse, refere a reportagem.
O BNDES, principal instituição estatal brasileira para financiamento de exportações para obras de grande porte em África, já regista 29 projectos, num total de 742 milhões de dólares. (macauhub)