São Paulo, Brasil, 09 Abr – As exportações de carne de porco brasileira para Hong Kong cresceram 118,5 por cento em valor e 51,5 por cento em volume no primeiro trimestre de 2008, face a período homólogo do ano anterior, revelou à macauhub a associação do sector.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Hong Kong comprou, nos três primeiros meses deste ano, 60,2 milhões de dólares em carne de porco, correspondentes a 30.149 toneladas.
O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto disse que “depois que a gente começa a exportar, um comprador fala para o outro e isso, naturalmente, impulsiona as vendas”.
Camargo Neto disse ainda que as vendas brasileiras para Hong Kong começaram a crescer “em meados do ano passado”.
O outro factor que facilitou o crescimento das exportações foi a alta do preço da carne de porco na China — o aumento foi de 63,4 por cento só em Fevereiro se comparado com o mesmo mês de 2007- fazendo com que os importadores de Hong Kong passassem a procurar alternativas.
“O que a gente espera agora é que, com os preços elevados, a China continental abra seu mercado para a carne de porco brasileira. Mas a negociação é lenta, porque eles têm regras muito rígidas”, afirmou o presidente da Abipecs.
Camargo Neto disse à macauhub que já existe uma minuta de protocolo Brasil-China para a exportação de carne de porco brasileira.
“Esse é o primeiro passo”, acredita o presidente da Abipecs, afirmando ser necessário agora um “maior conhecimento”, em especial entre as entidades responsáveis pela inspeção sanitária.
Actualmente, Hong Kong é responsável por 27,13 por cento das exportações brasileiras do sector, atrás apenas da Rússia, cuja fatia de mercado equivale a 35,52 por cento.
Para Camargo Neto, o aumento das exportações para Hong Kong está a ajudar a diminuir a dependência dos suinocultores brasileiros em relação à Rússia, mas esse crescimento não é suficiente para equilibrar as vendas brasileiras.
“Hong Kong é importante, mas é só uma cidade. Para acabar com a dependência [do mercado russo], só quando a China continental passar a comprar. É o que a gente gostaria”, comenta.
As exportações brasileiras globais de carne suína recuaram 6,3 por cento em volume no primeiro trimestre de 2008, ficando em 111.120 toneladas.
No entanto,em valor, o sector registrou uma alta de 19,43 por cento, para 262,692 milhões de dólares, beneficiado pela alta dos preços no mercado internacional (macauhub).