Moçambique: Brasileira Vale já investiu 250 milhões de dólares em Moatize

17 November 2008

Maputo, Moçambique, 17 Nov – A Rio Doce Moçambique, concessionária do carvão mineral de Moatize, investiu até à data 250 milhões de dólares em acções que visam a reactivação da exploração daquele recurso energético na província de Tete, informou o jornal Notícias, de Maputo.

Quando ganhou o concurso de concessão, em 2004, a empresa brasileira teve de pagar mais de 123 milhões de dólares pela licença, que terá a duração de 25 anos e este ano já investiu mais de 130 milhões de dólares.

A companhia previu 2010 e 2011 para o início da extracção de carvão, que deverá atingir “dentro de poucos anos” uma produção anual de 40 milhões de toneladas.

As reservas carboníferas de Moatize são estimadas em pouco mais de 2,5 mil milhões de toneladas, o que as torna as maiores do país e do mundo.

Para o transporte do carvão que será extraído das minas de Moatize está em reconstrução a linha férrea de Sena, que liga a área de produção e o porto da Beira, na província de Sofala (centro de Moçambique), numa extensão de 600 quilómetros e que deverá ficar operacional a partir de 2009.

Por outro lado, estão a ser estudados acessos alternativos para o escoamento de uma parte do carvão que sairá de Moatize, devido à dificuldade da linha de Sena garantir sozinha o transporte.

Uma das saídas inclui a construção de uma linha-férrea que entra numa parte do território do Malawi e terá um terminal no porto de Nacala, na província moçambicana de Nampula.

A necessidade de recorrer ao porto de Nacala surge do facto de se constatar que não será possível escoar as quantidades previstas apenas pelo Porto da Beira.

Além da Rio, muitas outras empresas tem vindo a manifestar interesse em usar a linha de Sena. No global fala-se neste momento da existência em Moçambique de 42 empresas que são titulares de licenças de carvão, 95 por cento das quais estão baseadas em Tete e as restantes na província do Niassa. (macauhub)

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