Washington, Estados Unidos, 28 Set – Timor-Leste e Moçambique alcançaram largas melhorias no “ranking” de ambiente de negócios do Banco Mundial, graças a reformas implementadas no último ano, enquanto os outros países lusófonos não registaram variações significativas em relação ao anterior estudo.
Timor conseguiu subir nove posições, do 173º para 164º lugar, em consequência da melhoria no sistema de liquidação de impostos, indicador cuja reforma é considerada a melhor entre 183 países, um dos dez considerados para elaboração do Fazer Negócios 2010 (“Doing Business” 2010), divulgado este mês pela instituição financeira de apoio ao desenvolvimento.
Foram 56 as posições ganhas por Timor neste indicador, permitindo ascender à 19ª posição geral ao nível fiscal, que é agora a grande vantagem do ambiente de negócios timorense, bem à frente do comércio internacional (85ª posição geral).
Também no indicador de licenças de construção o ganho de posições foi substancial – 10 posições – graças a melhorias introduzidas ao longo do último ano.
O estudo avalia ainda a facilidade para os empresários na criação de empresas, contratação laboral, registo de propriedade, acesso a crédito, protecção de investidores, comércio internacional, força contratual e encerramento de empresas.
No geral, as melhores posições dos países lusófonos são ocupadas, tal como no estudo do ano passado, por Portugal (48ºlugar, sem variação homóloga) e Brasil (129º, duas posições perdidas).
Moçambique, que tem na protecção dos investidores o seu trunfo (41º lugar) subiu cinco posições em relação ao ano passado, para a 135ª posição, graças a melhorias na criação de empresas (do 143º lugar geral para o 96º).
Mas a situação moçambicana registou também algumas regressões, nomeadamente nas licenças de construção (menos 8 posições) e no pagamento de impostos (menos cinco posições).
Também Angola melhorou a sua posição no ranking (de 170º para 169º), graças à facilitação ao nível das licenças de construção, em que o país ficou três posições acima do ano passado.
Igual variação teve Cabo Verde, que subiu da 147ª posição para a 146ª, com uma grande melhoria na criação de empresas (28 posições acima do ano passado), mas uma regressão também assinalável no acesso a crédito (menos 19 por cento).
O melhor no ambiente de negócios cabo-verdiano continua a ser o cumprimento de contratos (38ª posição) e o comércio internacional (58º).
As vantagens angolanas – acesso ao crédito (87º lugar) e protecção de investidores (57º) – regrediram ligeiramente em relação ao ano passado, e o cumprimentos dos contratos continua a ser o principal obstáculo a uma melhor posição no índice, com uma das piores posições do geral (181º).
No fundo da tabela continuam São Tomé e Príncipe (180º) e Guiné-Bissau (181º), apenas à frente da República Democrática do Congo, e daquele que é para o Banco Mundial o pior país do mundo para fazer negócios, a República Centro-Africana.
As quatro primeiras posições mantiveram-se inalteradas em relação ao anterior estudo: Singapura (1º), Nova Zelândia, Hong Kong e Estados Unidos.
Portugal foi, entre os ”oito”, o país mais reformador (4 reformas introduzidas), seguido de Cabo Verde e Moçambique, ambos com duas alterações influentes ao nível dos 10 indicadores considerados no estudo.
O Brasil foi o único país lusófono a ficar pior colocado no estudo deste ano, caindo para 129º lugar geral, sobretudo devido às seis posições perdidas no indicador de comércio internacional. (macauhub)