Luanda, Angola, 16 Nov – O vice-ministro angolano da Agricultura para os recursos florestais, André de Jesus Moda, reconheceu sábado, em Luanda, a ausência de uma indústria florestal competitiva devido à descapitalização do empresariado e o estado obsoleto dos equipamentos de operação.
Ao intervir na abertura oficial do seminário de formação de operadores de serras móveis, o responsável disse constituírem igualmente obstáculos ao adequado funcionamento da indústria florestal, em Angola, a escassez de pessoal qualificado, o elevado custo dos equipamentos de exploração e transformação da madeira.
“Tais circunstâncias fazem com que o nosso país não possua actualmente uma indústria florestal competitiva. As poucas existentes, de uma forma geral, não conseguem produzir o suficiente para dar resposta à grande procura do mercado interno”, elucidou.
Os empecilhos ao desenvolvimento deste ramo da Agricultura, acrescentou, tornam o preço do produto e dos seus derivados, exorbitantes, se comparado com os de outros países de menor potencial florestal.
Com uma área aproximada de 153 milhões de hectares, a floresta angolana pode produzir, de forma sustentada, pelo menos, 160 mil metros cúbicos de madeira e toros/ano, provenientes da florestal natural, e 850 mil metros cúbicos de madeira, proveniente das plantações, mencionou.
Apesar deste potencial, André Moda recordou que os obstáculos acima enumerados são factores estranguladores que impedem, de certa forma, o aproveitamento dos recursos florestais de modo racional e, a partir daí, os integrar na cadeia de produção de valores da economia do país.
Falando na apresentação pública de serras móveis adquiridas na Alemanha, André de Jesus Moda disse que o governo de Angola pretende instalar ou recupear nas 18 províncias do país grandes, médias e pequenas indústrias de exploração e transformação de madeira.
Citando as recomendações de um estudo sobre o sector mandado efectuar pelo governo, o vice-ministro disse que as acções governamentais bem como as privadas precisam ter como metas a diversificação e aumento da produção e prestação interna de bens e serviços, a revitalização da economia rural e dos circuitos económicos e comerciais, bem como a erradicação da fome, da miséria e a redução do desemprego.
As serras móveis adquiridas na Alemanha ao preço unitário de 45 mil euros têm uma capacidade para processar 8 metros cúbicos de madeira por dia e enquadram-se Projecto de Dinamização da Exploração Florestal e Semi-Transformação no Meio Rural. (macauhub)