Lisboa, Portugal, 7 Out – A recessão económica em Portugal vai ser mais profunda, informou quinta-feira em Lisboa o Banco de Portugal, que reviu em baixa para 2,2% a contracção do PIB em 2012 contra uma anterior previsão de uma quebra de 1,8%.
A contracção de 2,2% do Produto Interno Bruto, que se deverá seguir a uma quebra de 1,9% este ano, reflecte em grande parte as medidas de consolidação orçamental que terão um impacto ainda maior que o já conhecido no rendimento das famílias e um cenário de maiores restrições no acesso a financiamento.
No seu Boletim Económico de Outono, quinta-feira divulgado, o Banco de Portugal espera uma maior contracção no consumo privado, de 3,6% em vez dos 2,9% previstos no anterior boletim, uma maior contracção no investimento, demonstrada pela queda de 10,8% na Formação Bruta de Capital Fixo contra os 10% esperados anteriormente.
“A contracção do consumo privado traduz o impacto imediato sobre as perspectivas de evolução do rendimento permanente das famílias de medidas de consolidação orçamental, bem como a incerteza face à natureza de medidas adicionais que venham a revelar-se necessárias”, adiantou o Banco de Portugal.
Acresce às dificuldades das famílias o facto de a economia continuar sem criar emprego, dizendo o banco central que as “condições adversas no mercado de trabalho” mantêm-se, o que “deverá implicar uma forte moderação salarial” no horizonte da projecção (até 2012).
A forte quebra na actividade económica que se irá verificar, diz o Banco de Portugal, deverá implicar “uma redução do emprego de cerca de 1% em 2011 e 2012, que se traduzirá num novo aumento da taxa de desemprego”, que deverá afectar tanto sector público, como privado, mas com maior expressão no público, “em linha com a redução do número de efectivos das Administrações Públicas admitida” pelo governo. (macauhub)