Um quarto dos projectos de investimento chineses no Brasil ficaram no papel

28 November 2011

São Paulo, Brasil, 29 Nov – Um quarto dos principais projectos de investimento chineses no Brasil anunciados em 2009 e 2010 ficaram no papel e em 29% dos casos o investimento era assegurado por brasileiros ou por empresários de outras nacionalidades, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.

O jornal menciona o caso do grupo Foxconn, de Taiwan, que anunciou investimentos de 12 mil milhões de dólares e que recentemente informou pretender apenas contribuir com tecnologia, sendo o financiamento assegurado pelos parceiros brasileiros.

Um outro exemplo é o da fábrica do grupo automóvel JAC na Bahia, diz ainda o jornal, em que do investimento anunciado de 900 milhões de reais 80% seria garantido pelo sócio brasileiro.

A brasileira Êxito e a chinesa XCMG assinaram um acordo de parceria em 2010 para construir uma fábrica de retro-escavadoras e escavadoras hidráulicas em Suape, estado de Pernambuco.

O projecto está dentro dos prazo e a produção deve começar no segundo semestre de 2012 mas os 25 milhões de dólares sairão totalmente do bolso dos sócios brasileiros, disse José Lacy de Freitas, director-presidente da Êxito, que acrescentou que os “os chineses por enquanto estão apenas a transferir tecnologia”

Dos investimentos anunciados seis não saíram do papel, adiantou o jornal brasileiro, que apresentou como exemplo a carta de intenções assinada em Março de 2010 pela East China Mineral Exploration and Development Bureau para comprar a Itaminas Mineração, do empresário Bernardo Paz, por 1,2 mil milhões de dólares.

Sebastião Ricardo Maciel, assessor de comunicação da Itaminas, disse ao jornal que representantes do grupo chinês deslocaram-se ao Brasil “mas depois foram-se sumindo aos poucos”, estando a empresa a avaliar actualmente outros potenciais compradores.

Outro negócio anunciado que não saiu do papel foi a compra da Passagem Mineração pela Wisco, negócio de 5 mil milhões de dólares anunciado em Maio de 2010, se bem que desta vez foram os proprietários da empresa brasileira que não chegaram a acordo sobre a venda. (macauhub)

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