A comercialização de castanha de caju na campanha 2011/2012 em Moçambique atingiu 64 mil toneladas, praticamente metade das 113 mil toneladas da campanha anterior, tendo sido a mais baixa dos últimos 10 anos, afirmou a directora nacional do Instituto Nacional do Caju (Incaju).
Em declarações ao jornal Notícias, de Maputo, Filomena Maiopué disse que a quebra na produção resultou do que “tecnicamente se designa por alternância anual do cajueiro”, em que algumas árvores de fruto depois de atingirem um pico registam uma quebra na produção no ano seguinte e um aumento progressivo até ao quinto ano.
As 113 mil toneladas obtidas na campanha anterior são consideradas o pico da produção de castanha de caju em Moçambique desde a independência, uma vez que nos primeiros anos da década de 70 do século passado o país chegou a ser declarado como o maior produtor mundial de castanha de caju com 270 mil toneladas.
“Depois ocorreu o abandono das fábricas pelos seus proprietários, o início da guerra civil, as queimadas descontroladas, as pragas e as doenças o que fez com que a produção tenha caído para 5 mil toneladas na década de 80”, disse ainda Filomena Maiopué.
A directora nacional do Instituto Nacional do Caju adiantou que a crise nos países da Zona Euro e nos Estados Unidos da América fez com que o consumo baixasse e, em consequência, o preço pago ao produtor, que baixou bastante em comparação com a campanha anterior, de uma média de 19 meticais para 13 a 15 meticais o quilograma, o que fez com que muitos produtores tenham retido o produto à espera de melhores dias.
“Das 80 mil toneladas previstas, só foram comercializadas cerca de 64 mil toneladas, o que significa que existem grandes quantidades da castanha de caju nas mãos dos produtores que não foi ainda possível quantificar”, salientou Maiopué, que acrescentou que mesmo que o preço tivesse sido bom não seria possível atingir os números do ano anterior uma vez que a produção foi de menor dimensão. (macauhub)