A linha de caminho-de-ferro Moatize/Malawi e o ramal ferroviário de Nacala-a-Velha foi entregue pelo governo de Moçambique no regime de concessão à Corredor Logístico Integrado do Norte (CLIN), disse terça-feira em Maputo o porta-voz do Conselho de Ministros.
O porta-voz e vice-ministro da Justiça, Alberto Nkutumula, disse ainda que o governo aprovou a entrega à mesma empresa, igualmente no regime de concessão, do Terminal Portuário de Carvão de Nacala-a-Velha.
Ambos os empreendimentos, a serem construídos de raiz, exigirão um esforço financeiro estimado em 1,5 mil milhões de dólares a ser garantido pela CLIN, parceria entre a subsidiária do grupo brasileiro Vale, a Vale Moçambique, que terá uma participação de 80% e a empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) com os restantes 20%.
Nkutumula adiantou que o projecto terá uma duração de três anos, devendo as obras iniciarem-se antes do final do ano, indo, após a sua conclusão, ser aberta a oportunidade para que cidadãos e empresas moçambicanas possam adquirir 5% do capital da CLIN.
Os termos da concessão estipulam que numa fase posterior e de forma progressiva a CFM aumentará a sua participação no capital social da Corredor Logístico Integrado do Norte até um máximo de 50%.
A linha de caminho-de-ferro a ser construída terá uma capacidade de 40 milhões de toneladas por ano, 30 milhões dos quais reservados para a Vale que assim disporá de um transporte adicional para escoar o carvão extraído em Moatize, sendo a restante capacidade colocada à disposição de outras empresas ou particulares.
O traçado desta linha engloba um percurso em território moçambicano entre a bacia carbonífera de Moatize, na província central de Tete, e a fronteira com o Malawi, a continuação no território deste país e reentrada em Moçambique, vindo a terminar no porto de Nacala-a-Velha. (macauhub)