Presidente da Rio Tinto abandona grupo após anúncio de imparidade de 3 mil milhões de dólares em Moçambique

17 January 2013

O presidente executivo do grupo anglo-australiano Rio Tinto, Tom Albanese, demitiu-se na sequência do anúncio de que as contas relativas a 2012 irão conter imparidades de 14 mil milhões de dólares, 3 mil milhões dos quais relativos ao projecto carbonífero em Moçambique.

De acordo com as directrizes contabilísticas de Portugal, imparidade é o excedente da quantia escriturada de um activo em relação à sua quantia recuperável.

A imparidade relativa a Moçambique diz respeito à compra da actual Rio Tinto Coal Mozambique, anteriormente do grupo australiano Riversdale Mining, e a maior parte tem a ver com o valor da Rio Tinto Alcan e Pacific Aluminum, na sequência da quebra dos preços do alumínio nos mercados mundiais.

Além de Tom Albanese também Doug Ritchie, que liderou a compra de activos de carvão em Moçambique, abandonará aquela que é a segunda maior empresa mineira do mundo.

No caso de Moçambique, uma análise ao negócio realizada desde 2011 conduziu a uma revisão em baixa das estimativas das quantidades de carvão de coque recuperável nas áreas sob concessão da Rio Tinto Coal Mozambique bem como da dimensão que o negócio pode alcançar.

A produção de carvão pela Rio Tinto Coal Mozambique está limitada pela falta de capacidade de infra-estruturas de transporte, além do que o governo de Moçambique se opôs ao transporte de carvão pelo rio Zambeze, uma das rotas de escoamento propostas pelo grupo.

As imparidade de perto de 14 mil milhões de dólares deverão ser reconhecidas nos resultados de 2012 que a empresa divulgará em Fevereiro. (macauhub)

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