A linha de caminho-de-ferro de Goba está a ser usada no transporte de mercadorias da África do Sul para o porto de Maputo em alternativa à linha de Ressano Garcia, que se mantém fechada devido ao descarrilamento ocorrido a 19 de Fevereiro passado, de acordo com um quadro da estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
O director do departamento de engenharia da CFM, João Mabote, não avançou números relativamente às mercadorias escoadas desde a adopção daquela rota, mas ressalvou que o tráfego naquela via está a ser feito com algumas restrições em virtude de estarem em curso obras na ponte ferroviária localizada na vila de Boane.
Com uma extensão aproximada de 226 quilómetros entre o Parque Industrial de Matsapa e o porto de Maputo, a linha de Goba tem capacidade para receber comboios com um máximo de 50 vagões circulando a velocidades que variam entre 50 e 60 quilómetros por hora.
O jornal Notícias, de Maputo, informou que, de acordo com dados da empresa de caminhos-de-ferro da Suazilândia, a linha de Goba está em boas condições tanto no troço moçambicano como no suázi, em resultado das reparações recentemente efectuadas, que consistiram sobretudo na substituição das travessas de madeira por outras, em betão, além da uniformização da via através da soldadura das peças da ferrovia.
Tradicionalmente, a linha de Goba era utilizada para o escoamento do açúcar da Suazilândia através do porto de Maputo, com volumes entre 200 mil e 240 mil toneladas por ano mas, tendo recentemente começado a servir para o transporte de ferrocrómio, é agora apresentada como disponível para responder ao tráfego de Kommatiport para Maputo que não pode ser escoado via linha de Ressano Garcia devido ao seu encerramento.
Para a Suazilândia, a linha de Goba vai continuar a ser vital para garantir o acesso ao porto de Maputo, enquanto porta mais próxima para as suas importações e exportações, que se tornam mais baratas e competitivas quanto menor for a distância a cobrir. (macauhub)