Um novo mercado de títulos da dívida pública em Angola a que poderão aceder intermediários financeiros, que não apenas bancos, dando ordens de compra e venda, deverá entrar em funcionamento ainda este ano, noticiou o jornal angolano O País.
Citando fontes ligadas ao processo, o jornal precisou estarem a decorrer diligências para que surja o mercado secundário onde actuarão intermediários financeiros – bancos, corretores e outras instituições financeiras autorizadas – que darão ordens de compra e venda de dívida pública em nome de investidores.
A liquidação financeira deverá ser atribuída ao Banco Nacional de Angola, embora não se tenha ainda chegado a uma conclusão definitiva sobre a matéria e a actividade de supervisão a cargo da Comissão para o Mercado de Capitais, não estando ainda definido se a Central de Negociação terá, na sua configuração final, participação apenas pública ou pública e privada.
É de admitir, face ao desenho esboçado, que a nova entidade possa evoluir no sentido de se converter na nova Bolsa de Valores de Angola, até porque o mercado secundário, onde ocorre a negociação contínua de títulos, normalmente abarca a Bolsa de Valores.
Em declarações em Fevereiro passado à agência financeira Bloomberg, o governador do Banco Nacional de Angola admitiu que o primeiro mercado de obrigações de Angola poderia ser criado “nos próximos meses.”
A central de negociação, através da qual os intermediários financeiros acederão ao mercado de títulos públicos, será dotada de um novo sistema electrónico, cujos terminais permitirão a realização das transacções.
De início o novo mercado contará apenas com intermediários e investidores angolanos, uma vez que o enquadramento cambial das operações, designadamente as necessárias adaptações à legislação cambial a efectuar, nomeadamente no que toca à repatriação de dividendos, terá ainda de ser ultimado e aprovado. (macauhub)