A economia de Angola mantém elevados níveis de pobreza, com flagrante desigualdade na distribuição da riqueza produzida, não obstante as reformas que foram introduzidas para a sua diversificação, de acordo com a mais recente análise do Deutsche Bank.
Intitulada “Angola: Uma economia petrolífera a caminho da diversificação”, a avaliação do Deutsche Bank (DB) prevê que Angola cresça à volta dos 7% nos próximos anos, depois da média de 11% alcançada na última década e a previsão de mais de 8% em 2012.
Depois de reconhecer que a diversificação da economia figura na agenda política, o DB considera que os 5 mil milhões de dólares disponíveis no Fundo Soberano de Angola, lançado em Outubro de 2012, “deverão ajudar a isolar a economia dos preços voláteis do petróleo.”
“Representando cerca de metade do Produto Interno Bruto, 95% das exportações e 75% das receitas, o sector petrolífero de Angola é o mais dinâmico da África a sul do Saara, devido à exploração contínua e um ambiente regulador favorável”, destaca o DB, de acordo com a agência noticiosa portuguesa Lusa.
A produção de petróleo deverá atingir 2 milhões de barris diários até 2015, bem acima dos 1,75 milhões de barris diários em 2012.
“No longo prazo, se as reservas do ‘pré-sal’ recentemente descobertas provarem ser semelhantes às encontradas no Brasil, Angola pode passar a ser o maior produtor de petróleo da África”, antevê o estudo.
“A persistência de um elevado nível de pobreza (55% dos angolanos vivem abaixo da linha de pobreza, com apenas 1,20 dólares disponíveis por dia), a elevada taxa de desemprego (cerca de 25%), o aumento do descontentamento e protestos de rua” são ingredientes que, segundo o DB, levaram o governo angolano a aumentar os investimentos no sector não-petrolífero.
O DB destaca ainda que o PIB “per capita”, actualmente de 5980 dólares, aumentou sete vezes desde o final da guerra civil, em 2002, embora a disparidade na distribuição do rendimento continue a ser muito elevada em Angola. (macauhub)