O grupo mineiro Coal India Ltd (CIL) consignou 42 milhões de dólares para despesas de carácter social em Moçambique a fim de ultrapassar alguns obstáculos que estão aparentemente a impedir a exploração comercial de carvão, afirmou um quadro superior do grupo.
Citado pela imprensa indiana, o quadro adiantou que o plano de despesas sociais, que inclui a construção de dois institutos de formação profissional, foi já apresentado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia, atendendo a que as despesas sociais serão analisadas em encontros bilaterais entre os governos dos dois países.
O grupo CIL, que obteve dois blocos de carvão na província de Tete, centro de Moçambique, em 2009, adjudicou no final do ano passado à Tribeni Minerals Mozambique o contrato de exploração dos 205 quilómetros quadrados com reservas estimadas de mil milhões de toneladas de carvão térmico e de coque ou metalúrgico.
De acordo com o quadro do grupo, o governo de Moçambique apresentou um protesto formal no decurso de conversações bilaterais relativas ao atraso no desenvolvimento dos dois blocos e ao facto de os compromissos assumidos de despesas de carácter social não estarem a seguir o calendário acordado.
O grupo argumentou que as despesas de carácter social nao podiam ser uma condição prévia para o desenvolvimento dos blocos uma vez que o seu objectivo era puramente comercial, o que levou a administração do CIL a ponderar desistir dos dois blocos de carvão.
No entanto, o projecto manteve-se de pé devido à intervenção do governo indiano que considerou que o abandono por parte do grupo estatal CIL daria uma impressão errada quanto aos interesses globais da Índia naquela região de África, ainda de acordo com o quadro citado. (macauhub)