O grupo mineiro Rio Tinto perdeu parte de um carregamento de 1386 toneladas de carvão mineral quando a composição com 42 vagões que o transportava descarrilou segunda-feira na linha de caminho-de-ferro do Sena, noticiou terça-feira a imprensa moçambicana.
O acidente, que ocorreu no distrito de Caia, na província de Sofala, quando o comboio efectuava o percurso entre Moatize e o porto da Beira, ficou a dever-se, de acordo com o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, a defeitos na reconstrução da linha, obra que foi adjudicada à empresa Ricon, uma parceria dos grupos estatais indianos Rail India Technical and Economic Service (RITES) e Ircon International.
No entanto, o ministro reconheceu em declarações ao jornal Notícias, de Maputo, que os descarrilamentos tiveram uma redução substancial naquela linha férrea devido aos mecanismos de segurança introduzidos desde que teve início o transporte regular de carvão mineral, o que permitiu passar de dois acidentes para menos de um por mês.
Paulo Zucula adiantou que a estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) está a proceder a obras para reparar os defeitos mais evidentes e sublinhou a necessidade de os maquinistas das composições respeitarem os limites de velocidade em cada um dos troços da linha.
A linha de Sena acomoda um tráfego médio de 12 comboios diários, todos eles afectos ao transporte de carvão mineral extraído em Moatize, província de Tete, destinado à exportação através do porto da Beira.
Sobre a mesma linha circula igualmente um comboio diário, operado pela CFM, transportando melaço e açúcar provenientes da Açucareira de Marromeu, calcário de Muanza e madeira de Doa, além dos dois comboios de passageiros que, semanalmente, asseguram a ligação entre Beira – Marromeu e Beira – Moatize.
Entretanto, o director-geral da Rio Tinto Coal Mozambique, Andrew Woodley, disse que a empresa pretende aumentar a produção da mina de Benga logo que exista capacidade adicional de transporte, que permita escoar o carvão extraído até aos portos do Oceano Índico para exportação.
No decurso de uma conferência sobre carvão, Woodley adiantou que a prospecção efectuada, em que foram despendidos 140 milhões de dólares, confirmou a revisão em baixa da estimativa relativamente ao carvão de coque existente mas acrescentou que mesmo assim “existe carvão em quantidade considerável.” (macauhub)