Moçambique pouco ganhou com a exploração do gás natural em Pande e Temane, província de Inhambane, pelo grupo petroquímico sul-africano Sasol, de acordo com um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP), quarta-feira divulgado em Maputo.
“Este é o primeiro projecto de exploração de gás natural no país, está em curso há dez anos e, ao longo destes anos, o Estado moçambicano não ganhou quase nada em termos de receitas, embora as previsões indicassem que o país poderia arrecadar dois mil milhões de dólares durante a vida útil do projecto”, ainda de acordo com o CIP, uma organização não-governamental moçambicana.
Apesar de Moçambique ser o sexto maior exportador de gás natural em África, assinala a organização, “o país não recebe receita significativa, uma vez que o gás que rende muitas centenas de milhões de dólares por ano além-fronteira, rende menos de 10 milhões de dólares anuais aqui dentro do país.”
Com este relatório, o CIP pretende chamar a atenção do governo para o que se poderá passar com futuros projectos de exploração de gás em Moçambique, face às descobertas deste recurso.
“O relatório é um meio de advocacia para o perigo de se repetir o mesmo cenário na exploração de gás natural da bacia do Rovuma”, pode ler-se no comunicado, referindo-se às reservas de gás já descobertas no norte do país mas ainda não exploradas. (macauhub)