A economia de Angola deverá crescer 5,3% em 2014, valor inferior em mais de 3 pontos percentuais à previsão governamental angolana de 8,8%, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em comunicado terça-feira divulgado em Washington.
No documento, o FMI manifesta preocupação com o regresso de Angola ao défice orçamental e defende o fim dos subsídios dos combustíveis, propondo a sua substituição por “transferências dirigidas aos sectores mais vulneráveis.”
O FMI prevê que, dada a baixa execução orçamental em 2013, a taxa de crescimento do PIB nesse ano seja de 4,1%, inferior aos 5,1% antecipados pelo governo.
A falta de satisfação dos compromissos internos, designadamente os pagamentos dos atrasados internos em 2010 e os pagamentos previstos em 2011 constituem “um desapontamento” para o FMI, que destaca o regime jurídico angolano como um dos factores que ajudaram àquela situação.
Reconhecendo a “melhoria contínua do défice primário não-petrolífero”, o FMI destaca a importância da mobilização de recursos internos, especialmente a receita não-petrolífera e advertiu contra o “aumento permanente” da despesa pública, não acompanhada do alargamento da base fiscal não-petrolífera para evitar a acumulação de dívidas.
Por outro lado, o comunicado do FMI destaca como positivo três aspectos: manutenção da taxa de inflação num dígito, aumento das reservas em divisas e estabilidade da taxa de câmbio. (macauhub)