Ministro defende aumento do preço da energia eléctrica em Moçambique

30 May 2014

A dívida de mais de 50 milhões de dólares da Electricidade de Moçambique (EdM) à Hidroeléctrica de Cahora Bassa pode ser amortizada desde que os consumidores paguem o “preço justo” pelo kilowatt/hora, afirmou quarta-feira o ministro da Energia, Salvador Namburete.

No final de uma visita à central de distribuição de gás natural de Maputo, o ministro disse que os consumidores vão ter de pagar mais pela energia eléctrica que consomem para que a estatal EdM possa pagar as dívidas aos fornecedores.

Em Março passado, o presidente da Electricidade de Moçambique, Sousa Fernandes, afirmou que a empresa está a cobrar uma tarifa de energia eléctrica inferior ao preço de custo, o que poderá ter, a curto prazo, implicações graves na sua actividade.

Apontando o valor de 10 a 12 cêntimos do metical como “ideal”, Augusto de Sousa Fernandes disse que a actual tarifa de 8 cêntimos do metical por kilowatt/hora “não é sustentável”, uma vez que a empresa paga cerca de nove cêntimos.

Em entrevista ao matutino Notícias, de Maputo, Sousa Fernandes revelou que os custos da empresa na compra de electricidade aumentaram de 63 milhões de dólares, em 2011, para 84 milhões de dólares, em 2013, acompanhando um crescimento anual no consumo de cerca de 70 megawatt/hora, sem que o preço de venda ao consumidor tenha sido actualizado.

Segundo Sousa Fernandes, apenas 26% da população de Moçambique tem acesso a energia, estando o consumo distribuído em 70% para o mercado doméstico e 30% para o industrial. (macauhub/MZ)

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