A economia de Timor-Leste deverá ter crescido a uma taxa de 8% em 2014, depois do arrefecimento registado em 2013, ano em que o país terá crescido menos de 1%, de acordo com o relatório relativo a 2014 do Banco Central do país, quarta-feira divulgado em Dili.
O governador Abraão de Vasconcelos afirma na introdução ao relatório que os níveis de crescimento económico para 2015 e 2016 deverão situar-se próximo da média dos últimos anos, entre 7% e 8%, “previsões que continuam naturalmente dependentes da materialização de um conjunto de hipóteses, entre as quais se destacam um aumento continuado dos gastos orçamentais e o crescimento dos níveis de investimento domésticos.”
O governador salienta que as previsões do Banco Central de Timor-Leste têm por base um conjunto de indicadores avançados disponíveis para a economia nacional, seguindo um modelo desenvolvido internamente, uma vez que não ainda conhecidas as Contas Nacionais relativas a 2013 e 2014.
Abraão de Vasconcelos recorda que o crescimento robusto que a economia timorense vive desde 2008 se deveu “de forma esmagadora” ao crescimento dos sectores da administração pública, serviços e construção civil.
“Os sectores da agricultura e pescas, assim como a indústria transformadora, fundamentais na criação de emprego, têm registado taxas de crescimento anémicas, quanto muito, o que resultou numa perda expressiva de peso dos sectores no total do PIB”, refere.
E adianta que essa evolução é mais uma prova de que a economia timorense continua excessivamente dependente da execução das políticas e programas orçamentais, que importa combater activamente, promovendo a diversificação da base económica e o incremento da produção nacional.
Entre outros dados macroeconómicos o governador destacou a descida favorável da inflação em 2014, comparativamente aos três anos anteriores – foi em média de 0,5% depois do valor médio de 11% entre 2011 e 2013, que se deveu, em grande parte, ao impacto da inflação regional que, por seu lado, foi afectada pela depreciação das divisas asiáticas face ao dólar. (Macauhub/TL)