Uma missão empresarial de Singapura visitou esta semana Angola e Moçambique, procurando novas oportunidades de negócio nos dois países africanos, numa iniciativa chefiada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Masagos Zulkifli.

Com uma comitiva composta por cerca de duas dezenas de empresas das áreas de petróleo e gás, agro-negócio, industrial, tecnologias e comunicação, serviços de comércio e financeiros, a missão teve uma primeira paragem em Angola, na terça-feira, dia em que os governos dos dois países assinaram um memorando de entendimento para o sector do comércio.

O reforço das relações bilaterais motivou, de resto, o envolvimento das autoridades governamentais singapurenses na realização dos fóruns empresariais, com Singapura a querer ver melhorada a sua cooperação com as duas maiores economias do espaço dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Com trocas comerciais que ascenderam a 1262,5 milhões de dólares em 2014, as relações comerciais com Angola são notoriamente as mais importantes para Singapura, cujas exportações para a economia angolana atingiram 1129 milhões de dólares, mais do dobro do que em 2013 (510,7 milhões de dólares).

Angola, que exporta para Singapura essencialmente produtos petrolíferos e derivados, apresenta um grande défice comercial face ao país asiático, cujas importações foram apenas de 133,5 milhões de dólares, numa situação que também se verifica com Moçambique, embora a uma escala diferente.

Em 2014, as trocas comerciais entre Singapura e Moçambique caíram cerca de 60%, para 130,2 milhões de dólares, mas a queda deveu-se à redução das importações moçambicanas, uma vez que o país manteve as suas exportações no patamar de quatro milhões de dólares.

Na quinta-feira, Masagos Zulkifli, cuja visita a Moçambique foi a primeira oficial das autoridades de Singapura ao país, elegeu os sectores do petróleo e gás, agricultura e infra-estruturas como os que maior interesse poderão ter para as empresas singapurenses.

O também vice-ministro da Administração Interna de Singapura disse ainda que os dois governos vão estudar a “criação de um quadro legal que possa facilitar a realização de investimentos”, que pode incluir acordos ao nível da facilitação de atribuição de vistos, a “parte mais fácil do processo”. (Macauhub/MZ)