O aumento dos preços de referência para a importação de açúcar só ajudará a proteger a indústria de Moçambique se conjugado com medidas adicionais para aumentar a competitividade do sector, de acordo com um estudo terça-feira divulgado em Maputo.
A 8 de Agosto o governo decidiu, com efeitos imediatos, elevar os preços de referência de importação de açúcar de 385 dólares para 806 dólares por tonelada, para o açúcar amarelo, e de 450 dólares para 932 dólares por tonelada, para o refinado (branco).
Com esta medida, o governo procura desincentivar a entrada de grandes quantidades de açúcar oriundas sobretudo de países vizinhos onde a produção e exportação são altamente subsidiadas, provocando uma concorrência desleal com a indústria moçambicana, que se encontra ainda na fase de relançamento.
Encomendado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a associação patronal moçambicana, com financiamento da agência norte-americana USAID, o estudo diz que o país terá de investir em infra-estruturas de transporte para facilitar a circulação do produto internamente.
Citado pelo matutino Notícias, de Maputo, Peter Kegod, consultor que apresentou o estudo, falou também da importância da diversificação do mercado de exportação, dado que nos próximos anos colocar o açúcar na União Europeia pode não ser tão vantajoso como o é actualmente.
Peter Kegod disse ser importante que Moçambique comece a olhar para os mercados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA) para a exportação do açúcar produzido no país, ao mesmo tempo que olha para dentro do país.
A indústria açucareira em Moçambique emprega actualmente cerca de 30 mil pessoas, havendo alguns agregados populacionais que têm a sua economia fortemente dependente do açúcar. (Macauhub/MZ)