Os dois maiores projectos de exploração de gás natural em Moçambique correm o risco de ser adiados devido ao iminente excesso de oferta no mercado mundial, advertiu a empresa de consultoria de energia, Wood Mackenzie.
Cerca de 200 biliões de pés cúbicos de gás natural foram recentemente descobertos na bacia do Rovuma por dois consórcios liderados pelas empresas norte-americana Anadarko Petroleum e pela italiana ENI, que se encontram a fazer prospecções em blocos petrolíferos adjacentes.
Em declarações à agência noticiosa AIM, Noel Tomnay, vice-presidente para o sector do gás natural na empresa de consultoria Wood Mackenzie, advertiu que “existe um sentimento de que, com a desaceleração nas perspectivas de crescimento do gás natural liquidificado, poderá ter sido perdida uma janela de oportunidade.”
Tomnay disse que os grandes compradores de gás natural na Ásia aparentam não ter pressa de celebrar novos contratos pois, em breve, haverá um excesso de oferta logo após a conclusão dos projectos que já se encontram na fase de execução.
Um estudo da Wood Mackenzie indica que a oferta mundial de GNL oscila em torno de 250 milhões de toneladas por ano e existe uma capacidade adicional para a produção de 140 milhões de toneladas por ano actualmente ainda em fase de construção.
A Anadarko Petroleum tem estado a tentar assegurar contratos para a venda de 12 milhões de toneladas por ano de GNL produzidas do seu projecto na bacia do Rovuma que espera inaugurar em 2020.
O director da Anadarko em Moçambique, John Peffer, disse à agência financeira Bloomberg que aquela empresa já havia assegurado a venda antecipada de 90% da produção, que necessita para avançar com o projecto de liquidificação de gás natural. (Macauhub/MZ)