A fábrica de cimento do grupo China International Fund (CIF) em Luanda vai fornecer 50 megawatts de energia eléctrica à rede pública angolana, ao abrigo de um despacho presidencial que autoriza a compra de energia.
O despacho, citado pela agência noticiosa Lusa, adianta que o contracto de aquisição de energia será válido por dez anos mas não informa quais os valores envolvidos na compra da energia eléctrica, que que será feita pela empresa estatal Rede Nacional de Transporte.
“Tendo em conta que os estudos realizados para avaliar a relação de oferta e procura de energia eléctrica para a região de Luanda indicam a existência de um défice na ordem dos 400 megawatts, (autoriza-se este contracto) até à entrada em operação dos projectos estruturantes de produção em curso”, pode ler-se no despacho autorizando o contracto com a CIF.
O governo de Angola tem em curso vários projectos que vão aumentar a produção nacional de energia eléctrica, nomeadamente obras em duas barragens a cargo da construtora brasileira Odebrecht.
É o caso do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, no município de Cambambe (Cuanza Norte), no valor de 4,3 mil milhões de dólares, financiada com uma linha de crédito do Brasil e que a partir de 2017 vai produzir 2070 megawatts e servir cinco milhões de pessoas.
Outra das obras envolve o reforço da potência do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe, no mesmo município, que vai passar dos actuais 180 megawatts – desde a inauguração em 1963, no tempo colonial português – para 700 megawatts e que entra em funcionamento, por fases, durante o segundo semestre de 2016.
Já a futura central de ciclo combinado do Soyo, cuja construção está a cargo do grupo China Machinery Engineering Corporation (CMEC) e que vai custar ao Estado angolano mais de 900 milhões de dólares, permitirá garantir electricidade à capital, Luanda, e ao norte de Angola a partir de 2017. (Macauhub/AO/CN)