A economia informal representa 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde e movimenta anualmente 180 milhões de dólares, indicam dados apresentados quarta-feira na Praia pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) do arquipélago.

Os dados do sector informal não-agrícola, enquadrados no Inquérito Multi-objectivo Contínuo de 2015, divulgados pelo INE, indicam que Cabo Verde conta com 33 228 Unidades de Produção Informal (UPI), contra 24 870 em 2009, ano em que se realizou o anterior inquérito.

A recolha de dados, ocorrida entre Junho e Setembro passados, permitiu revelar que 71,5% das unidades de produção informal cabo-verdiana não querem pagar impostos e que 61,2% não estão dispostas a registarem-se.

Em sentido contrário, 15,8% querem começar a pagar os respectivos impostos e 22,1% estão dispostas a registarem-se, escreveu a agência noticiosa Lusa.

Os dados do INE, apresentados por ocasião do Dia Africano de Estatística, que se assinalou quarta-feira, indicam ainda que cerca de 40% das unidades informais foram criadas depois de 2009 e que a maioria concentra-se no meio urbano (26 445), tendo uma média de idade de 9,5 anos.

A cidade da Praia conta com cerca de um terço (11 577), seguida de São Vicente, com 8507, operando a maior parte na indústria (36,6%), seguido do comércio (34,9%) e serviços (28,5).

Grande parte das unidades de produção informal em Cabo Verde (46,7%) não tem local específico para exercer a respectiva actividade, 6,6% não tem capital, mas nos últimos seis anos houve um aumento considerável de capital das unidades, de 2592 euros para 3501 euros.

Os dados do sector informal não-agrícola vão ser mais tarde agrupados com os do sector agrícola para se saber o total da contribuição da economia informal para o PIB cabo-verdiano. (Macauhub/CV)