O grupo de 14 países e organismos que presta apoio directo ao Orçamento do Estado de Moçambique decidiu suspender a ajuda ao país, após a revelação de dívidas omitidas nas contas públicas, anunciou quarta-feira em Maputo o Presidente da República de Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que a suspensão foi decidida “para efeitos de esclarecimento”, não sendo definitiva, tendo adiantado terem sido já iniciadas conversações sobre o assunto.

O Presidente português falava numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, após um encontro entre os dois chefes de Estado no palácio presidencial de Moçambique, em Maputo.

Rebelo de Sousa reafirmou que a decisão dos países e organismos doadores está relacionada com o esclarecimento da dimensão real da dívida pública e igualmente “com a necessidade de estabilização do funcionamento das instituições e do país em termos económicos e financeiros.”

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse acreditar que a decisão de suspender o apoio directo ao Orçamento de Estado é uma medida temporária que visa dar espaço à clarificação dos contornos da dívida pública moçambicana.

Citado pelo matutino Notícias, de Maputo, Nyusi disse entender o receio dos parceiros do apoio programático, “uma vez que não se sentem confortáveis em continuar a enviar dinheiro enquanto a questão das dívidas não estiver devidamente esclarecida.”

“Acredito que não há nenhum doador que esteja interessado em sacrificar os moçambicanos, uma vez que as medidas que estão a ser tomadas visam criar a sustentabilidade do Estado”, frisou Filipe Nyusi, acrescentando que o mais importante é saber se a dívida é sustentável. (Macauhub/MZ/PT)