O Banco Nacional Ultramarino (BNU Macau), do grupo financeiro estatal português Caixa Geral de Depósitos, encerrou o primeiro semestre de 2016 com um crescimento homólogo de 17% dos resultados líquidos, que atingiram 278,57 milhões de patacas (34,8 milhões de dólares), disse o presidente da comissão executiva.
Pedro Cardoso disse segunda-feira à agência Macauhub terem todos os principais indicadores do negócio bancário mostrado melhorias quando se procede a uma comparação entre semestres, tendo salientado, por exemplo, o relativo à relação entre pessoal de apoio e aquele que lida directamente com o cliente, que tem vindo a cair de uma forma sustentada, sendo actualmente de 1,03.
O número de clientes cresceu entre semestres homólogos 4,5% para 217,4 mil, praticamente um terço da população de Macau, os produtos por cliente activo cresceram 6,1% para 3,46, o volume de negócios aumentou 16,9% para 91 155 milhões de patacas, os depósitos 25,3% para 51 557 milhões de patacas e os empréstimos 7,5% para 27 259 milhões de patacas.
Pedro Cardoso revelou ainda que o crédito malparado representou no primeiro semestre do ano apenas 0,17% do crédito concedido, contra uma taxa de 0,50% no período homólogo de 2015, que a margem financeira aumentou 13,5% para 382,3 milhões de patacas, que as despesas de funcionamento cresceram apenas 2,8% para 149,9 milhões de patacas e salientou que o rácio entre os custos e as receitas diminuiu para menos de 30%, encontrando-se no final de Junho em 29,99%.
Estes valores divulgados pelo presidente da comissão executiva do BNU são ainda mais relevantes quando comparados com o primeiro semestre de 2012, “quando teve início o nosso plano de transformação”, de acordo com Pedro Cardoso.
Os resultados líquidos, por exemplo, quando comparados entre o primeiro semestre de 2012 e o de 2016 revelam um crescimento de 87,2% – de 148,7 milhões para 278,5 milhões de patacas, o crédito vencido a mais de 90 dias baixa de 1,79% para os actuais 0,17% e o rácio entre custos e receitas baixa de 45,49% para os actuais 29,99%.
Pedro Cardoso mencionou por outro lado como segmento de negócio que “estamos a acarinhar” aquele que envolve clientes empresariais de Portugal e ligados a Portugal que estabelecem empresas em Macau e na China e que registou entre semestres um crescimento de 86%, “se bem que tenha representado apenas 2% do volume de negócios no período.”
O presidente da comissão executiva do BNU Macau salientou igualmente o facto de a instituição que em Macau partilha funções de banco emissor com o Banco da China ser uma das três maiores operações da banca portuguesa no estrangeiro, sendo as outras duas a do Banco Comercial Português na Polónia, com o Millennium Bank e a do Banco BPI em Angola, com o Banco de Fomento Angola.
Especificamente sobre a actividade em Macau e solicitado a antever o que irá acontecer até ao final do ano, Pedro Cardoso afirmou que o ambiente económico “é desafiante”, devendo o BNU Macau registar um crescimento do volume de negócios de apenas um dígito.
“Pensamos que haverá frutos para serem colhidos em 2017 e que serão muito mais expressivos em 2018, com a abertura da ponte que liga Zhuhai a Macau e a Hong Kong”, disse o CEO do BNU Macau.
Pedro Cardoso referiu-se igualmente à abertura a curto prazo da agência na ilha de Hengqin, no município de Zhuhai, que vai permitir preencher um vazio “que é podemos apoiar as centenas, se não mesmo milhares de clientes que têm investimentos na China e que o BNU Macau nunca apoiou devidamente e que agora vai poder fazê-lo dado passar a ter uma presença estabelecida na China continental.”
“De acordo com as autoridades chinesas o BNU Macau vai ser o Primeiro Triplo, isto é, o primeiro banco de Macau a estabelecer-se em Hengqin com uma agência, o primeiro banco que faz parte de um grupo bancário internacional a estabelecer-se naquela ilha e o primeiro banco de Macau a estabelecer-se ao abrigo do acordo CEPA, que de imediato vai poder começar a operar em renminbis sem qualquer limitação”, disse o presidente da comissão executiva da instituição.
O BNU Macau conta actualmente com 480 trabalhadores e 19 agências, número que deverá aumentar para 20 até ao final do ano. (Macauhub/CN/MO/PT)