A agência Fitch Ratings reviu em baixa a notação de risco de Angola de “B+” para “B” com uma perspectiva (“Outlook”) negativa e antecipando para 2016 o pior desempenho económico angolano em 14 anos, de acordo com o comunicado divulgado sexta-feira.
Na argumentação que acompanha esta decisão, a agência afirma que Angola continua a enfrentar um “choque petrolífero severo”, tendo em conta que 95% das exportações angolanas são petróleo e que metade das receitas fiscais do país provém dessas vendas, as quais caíram fortemente desde o final de 2014, com a baixa da cotação internacional do barril.
“O sector petrolífero mantém algum dinamismo, mas a Fitch Ratings antecipa que a economia cresça 0% em 2016, caindo dos 3% em 2015 e com o pior desempenho em 14 anos [desde 2002, fina da guerra civil]”, lê-se no documento.
A agência prevê ainda uma inflação média de 30% para 2016, abaixo da previsão de 38,5% definida pelo governo e dos 38,1% já atingidos em Agosto (em termos homólogos) último e igualmente mais optimista é a previsão de défice orçamental, que se cifra em 5,8% do PIB em 2016, contra 6,8% que o governo definiu no Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto.
A Fitch prevê que a cotação média do barril de petróleo no mercado internacional se mantenha ao redor de 42 dólares, quando na revisão do OGE o governo angolano baixou a previsão nacional de 45 para 41 dólares. (Macauhub)