Governo de Angola procura alternativas para suspensão dos fundos do Brasil

18 October 2016

O governo está à procura de soluções alternativas de financiamento na sequência da suspensão de uma linha de crédito do Brasil para obras públicas em Angola, disse segunda-feira em Luanda o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil (BNDES) anunciou recentemente ter decidido suspender o pagamento de 4,7 mil milhões de dólares relativos a 25 projectos em países estrangeiros, que incluem Angola e Moçambique.

A suspensão do pagamento diz respeito a contractos que foram adjudicados a empresas de engenharia e construção civil, casos da Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que estão envolvidas no escândalo de corrupção conhecido no Brasil por “Operação Lava Jacto.”

Reconhecendo a existência de constrangimentos há já algum tempo, o ministro disse que o governo tem estado a procurar encontrar soluções alternativas e garantiu estar optimista quanto ao cumprimento dos prazos que foram estabelecidos para a conclusão das obras.

Em causa estão obras no Pólo Agro-industrial de Capanda, o aproveitamento hidroeléctrico de Laúca, o alteamento e a segunda central da barragem de Cambambe, em Angola, realizadas pela empreiteira brasileira Odebrecht, num total de 808,8 milhões de dólares ainda por desembolsar.

João Baptista Borges adiantou que o Ministério das Finanças tem estado a negociar com outros potenciais financiadores para encontrar recursos que permitam cobrir aqueles que deveriam vir da linha de crédito do Brasil e que até ao momento não foram confirmados. (Macauhub)

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