Accionistas do BCP adiam decisão sobre entrada do grupo chinês Fosun

10 November 2016

A assembleia-geral de accionistas do Banco Comercial Português será retomada 21 de Novembro corrente, dia em que será votado o ponto que permite o aumento dos direitos de voto de 20% para 30%, uma das condições para a entrada do grupo chinês Fosun, de acordo com o comunicado quarta-feira divulgado ao mercado.

Na reunião de quarta-feira, os accionistas presentes aprovaram a proposta de manutenção da blindagem dos estatutos, moção que foi apresentada pelos quatro maiores accionistas do Banco Comercial Português (BCP).

Os quatro principais accionistas do banco – petrolífera angolana Sonangol (17,84% do capital social), banco espanhol Sabadell (5,07%), grupo Energias de Portugal (2,56%) e grupo Interoceânico (2,05%) – consideraram nos documentos que acompanhavam a convocatória do encontro que é “de manifesto interesse social que o banco possa continuar a dispor, como tem sucedido há mais de 20 anos, de uma cláusula de limitação de contagem de votos que propicie protecção e maior equilíbrio das várias posições accionistas.”

Os accionistas defendem, no entanto, que o limite seja alterado, de 20% para 30%, sendo esta alteração tida como fundamental para que se efectue a entrada como accionista do BCP do grupo chinês Fosun, que já tem em Portugal a Luz Saúde e a seguradora Fidelidade.

Os pontos 3 e 4 da ordem de trabalhos da assembleia-geral, relacionados com o aumento do número máximo de administradores do BCP para acomodar outra das condições da Fosun, foram aprovados.

O grupo chinês apresentou em Agosto passado uma proposta firme para comprar uma participação de 16,7% do capital social do Banco Comercial Português, tendo informado igualmente pretender aumentar a sua participação através de ou operações no mercado secundário ou de aumentos de capital futuros a fim de a prazo dispor de 20% a 30% da instituição bancária.

Nos primeiros nove meses do ano, o BCP registou um prejuízo de 251,1 milhões de euros que compara com um lucro de 264,5 milhões de euros em igual período do ano passado.

De Janeiro a Setembro o banco teve de constituir mais de 1000 milhões de euros em provisões, sobretudo para responder a imparidades resultantes de crédito malparado, no montante de 816,7 milhões de euros. (Macauhub)

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