A indústria de Angola perde competitividade devido à inexistência de normas técnicas que permitam certificar os processos e produtos e de entidades que garantam aos consumidores a fiabilidade prevista no sistema de qualidade e normalização vigente, afirmou a ministra da Indústria.
Bernarda Martins, citada pela agência noticiosa Angop, disse que estas falhas abrem caminho para a introdução, no mercado, de produtos de má qualidade que fazem concorrência desleal aos produzidos de acordo com os padrões internacionais.
A ministra sublinhou a necessidade de se apoiar a indústria angolana com programas de formação para os empresários e para os trabalhadores, de incentivo à iniciativa empresarial e à inovação de processos e de produtos através de centros tecnológicos.
“O reflexo da realidade macroeconómica traduziu-se, no caso da indústria transformadora, na contracção do mercado interno com impacto nas vendas das empresas, situação agravada pela carência de divisas disponibilizadas às nossas indústrias para a aquisição de matérias-primas, peças e assistência técnica ao exterior”, disse ainda a ministra.
Ao fazer o balanço das actividades do Ministério da Indústria, Bernarda Martins adiantou que, dessa forma, a produção industrial angolana decaiu, depois de um crescimento muito positivo de 2002 a 2014, com um interregno em 2009 em consequência da crise económica e financeira global.
O sector da indústria transformadora conta com duas mil empresas activas, emprega 30 mil trabalhadores, representa 4,3% do Produto Interno Bruto e, entre 2009 e 2013, licenciou negócios avaliados em 1,3 mil milhões de dólares, indicam dados fornecidos em Dezembro pela ministra da Indústria. (Macauhub)