Angola deverá voltar a apresentar taxas de crescimento económico mais elevadas a partir do ano em curso, depois de em 2016 ter registado um aumento de apenas 0,6%, fundamentalmente devido à quebra das receitas com a venda de petróleo, de acordo com o mais recente relatório da Economista Intelligence Unit (EIU).
Procurando prever o que se irá passar entre 2017 e 2012, os analistas da EIU antecipam que à medida que os preços do barril de petróleo vão subir assistir-se-á a uma expansão mas sólida do consumo público e privado, o que fará com que os preços devam crescer este ano à taxa de 2,7%, ligeiramente acima da previsão governamental de 2,1%.
O relatório, com data de 17 de Janeiro, salienta mesmo que o crescimento da economia de Angola poderá ser mais substancial caso o acordo alcançado em Dezembro pelos membros da OPEP para limitar a produção conduza a um aumento dos preços do barril de petróleo.
Dizendo que esse eventual aumento terá influência apenas na primeira metade de 2017, o documento antecipa que a economia angolana deverá crescer a uma média de 2,7% no período compreendido entre 2019 e 2021.
O relatório, a que o Macauhub teve acesso, adianta que o investimento fora do sector dos hidrocarbonetos continuará a ser limitado por uma ausência de reformas, embora o governo argumente que a nova legislação sobre investimento privado ajuda a reduzir a burocracia
“No entanto, outros problemas continuam a existir, como é o caso dos pagamentos atrasados a empreiteiros de obras públicas e o facto de o governo ter prescindido do acordo de apoio financeiro com o Fundo Monetário Internacional, o que limita a confiança os empresários”, pode ler-se no documento.
Globalmente, prossegue o documento, a previsão de um crescimento económico médio de 2,8% no período de 2017 a 2021 é menos de um terço da média registada na década terminada em 2014, enquanto o rendimento “per capita” em 2021 será apenas ligeiramente superior ao que era em 2011. (Macauhub)